Novos ventos nos Andes
O novo presidente de centro-direita Rodrigo Paz metaforizou: “Uma limpeza da natureza”
Sob a chuva sem trégua que caía em La Paz na manhã de sua posse, o novo presidente de centro-direita Rodrigo Paz, braços erguidos, a faixa tricolor no peito e o rosto voltado para o céu, metaforizou: “Uma limpeza da natureza”. Sua chegada ao poder encerra quase duas décadas da desastrosa hegemonia da esquerda, sob Evo Morales. As tentativas de Evo de se perpetuar no poder corroeram o mito do líder popular e a esquerda se fragmentou em facções que disputam um legado sem fé nem rumo. Foi nesse vácuo que emergiu o economista de 58 anos, filho do ex-presidente Jaime Paz Zamora, com um discurso de reconciliação e eficiência, a vaga promessa de “capitalismo para todos” e, no fim, a surpreendente vitória por 54% dos votos (uma semana antes, estava entre o terceiro e o quinto lugar). Seu vice, o ex-capitão da polícia Edman Lara (à esq.), símbolo da cruzada anticorrupção, reforça a imagem de novos tempos, mas a Bolívia que Paz herda é um país exaurido: a inflação ronda os 20%, o gás e o lítio já não sustentam o Estado e as reservas cambiais escasseiam. O novo líder do país fala em abrir a economia e atrair investimentos e acena a Washington — o subsecretário de Estado americano, Christopher Landau, foi destaque na cerimônia —, com quem reatou laços rompidos desde 2008. Lula enviou para o evento o vice, Geraldo Alckmin. Nos últimos meses, o presidente brasileiro andou criticando a “extrema direita” da Bolívia e elogiou Evo Morales. Poderia ter ficado calado.
Publicado em VEJA de 14 de novembro de 2025, edição nº 2970
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