Netanyahu sobre cessar-fogo humanitário: “É isso que o Hamas quer”
Em entrevista à CNN, líder israelense disse que o grupo busca "pausas intermináveis' para dissipar ataques contra a organização
O Primeiro-Ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, deu uma longa entrevista à CNN americana nesse domingo, 12. Questionado sobre a possibilidade de pausas mais longas nos combates para evacuar mais civis de pontos críticos em Gaza, Netanyahu afirmou que a pausa é “exatamente o que o Hamas quer”. “O Hamas quer uma série interminável de pausas que, basicamente, dissipem a batalha contra eles”, atestou.
O líder israelense reiterou que não concordará com um “cessar-fogo em toda a área” de Gaza até que todos os reféns sejam liberados, e descreveu os objetivos principais de Israel no conflito: destruir o Hamas, implementar “um envelope militar israelense abrangente e predominante ” para garantir que o terrorismo não ressurgirá em Gaza no pós-guerra e garantir que a autoridade civil que assuma o controle de Gaza concorde em “desmilitarizar” e “desradicalizar” a região. Ele também acusou a Autoridade Palestina de falhar “em ambos os aspectos”.
Sobre a crise no Hospital Al-Shifa, o primeiro-ministro acusou novamente o Hamas de estar usado o local como centro de comando e disse que civis devem ser evacuados. “Não há razão para que não possamos retirar os pacientes de lá, em vez de deixar o Hamas usá-lo como centro de comando para o terrorismo”, disse Netanyahu.
Os intensos combates perto do centro médico deixaram o local em uma “situação catastrófica”, com pacientes e funcionários presos no seu interior, ambulâncias incapazes de recolher os feridos e sistemas de suporte de vida sem eletricidade, relatam autoridades de saúde em Gaza e agências de ajuda humanitária, que registraram a morte de três recém-nascido no local.
O político também disse que o comando para que os civis se dirigissem para o sul “está diminuindo” o número de vítimas do conflito. Até o momento, mais de 10 mil pessoas foram mortas em Gaza desde que Israel lançou uma retaliação violenta contra o ataque do Hamas em 7 de outubro, informou o ministério da saúde palestino.