Netanyahu admite ‘não ter sucesso’ em reduzir mortes de civis em Gaza
Primeiro-ministro de Israel afirma que 'o Hamas está fazendo tudo' para manter a população palestina em perigo constante
O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, disse na noite de quinta-feira 16 estar fazendo “tudo o que pode” para proteger a população da Faixa de Gaza, enquanto trava sua guerra contra o grupo terrorista palestino Hamas, mas admitiu que “não teve sucesso” em diminuir as mortes de civis.
Em entrevista à televisão americana CBS News, o premiê israelense afirmou que “qualquer morte de civil é uma tragédia”.
“Estamos fazendo tudo o que podemos para tirar os civis do perigo, enquanto o Hamas está fazendo tudo para mantê-los em perigo”, disse ele. “Enviamos panfletos, telefonamos para eles em seus celulares e dizemos: ‘Vão embora’. E muitos foram embora”, completou.
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Israel afirmou que o objetivo de sua campanha militar é “eliminar o Hamas”, mas sustenta que os terroristas usam a população como “escudos humanos” para se protegerem dos ataques israelenses.
“A outra coisa que posso dizer é que tentaremos terminar esse trabalho com o mínimo possível de vítimas civis. É isso que estamos tentando fazer: o mínimo de vítimas civis. Mas, infelizmente, não temos sucesso”, admitiu.
A campanha militar de Israel, que dura mais de um mês, foi uma resposta ao ataque do Hamas em 7 de outubro, que, segundo Israel, matou 1.200 pessoas, a maioria civis. O grupo também fez cerca de 240 pessoas de diferentes nacionalidades como reféns.
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No entanto, o peso das investidas israelenses recaiu sobre a população comum de Gaza. As autoridades de saúde locais, controladas pelo Hamas, mas consideradas confiáveis pelas Nações Unidas, dizem que pelo menos 11.500 pessoas morreram devido aos bombardeios e a invasão terrestre de Israel – mais de 4.700 delas, crianças.
Dois terços da população de 2,3 milhões de habitantes da Faixa de Gaza ficaram sem abrigo em razão da guerra. Na quinta-feira 16, a força aérea de Israel lançou mais panfletos no território palestino, agora no sul, pedindo que deixassem a região para sua própria segurança.
No início do conflito, Israel também usou panfletos no norte de Gaza para o mesmo propósito. Mais de 600 mil pessoas deixaram suas casas, um deslocamento em massa que muitos palestinos temem que se possa tornar permanente.