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Nem nos sonhos ucranianos escapam da guerra, mostra pesquisa

Cerca de 70% dos ucranianos relataram pesadelos sobre o conflito, enquanto 30% afirmaram ter visto a morte enquanto dormiam

Por Mafê Firpo Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 21 mar 2023, 19h36 - Publicado em 21 mar 2023, 19h36

Pouco mais de um ano após a Rússia começar a invasão à Ucrânia, a guerra atingiu diversos aspectos da vida dos ucranianos, inclusive as primeiras horas da noite, afetando o sono e os sonhos de todos, até aqueles que vivem longe da linha de frente e não testemunharam pessoalmente a violência. Uma recente pesquisa online feita pelo Dreamapp mostra que 70% dos ucranianos relataram pesadelos sobre o conflito e 30% afirmaram ter visto a morte enquanto dormiam. 

Além disso, das 745 pessoas consultadas, 64% afirmaram que a qualidade do sono tinha sido drasticamente afetada, enquanto  76% disseram que já sonharam com bombardeios. 

Moradora de Kiev, a ucraniana Olena Bond, de 44 anos, afirmou ao The New York Times que logo no início da guerra sofreu com muitas crises de insônia. Quando finalmente conseguia dormir, os sonhos macabros começavam.

“Recentemente tive um sonho em que uma explosão muito poderosa me ergueu no ar e então caí em uma longa e lenta queda”, relembrou. “Enquanto caía, estava pensando, estou viva, ainda estou viva”. 

De acordo com psicólogos, os sonhos vívidos são uma resposta comum a grandes mudanças na vida e que, provavelmente, os ucranianos ainda vão sonhar com a guerra mesmo depois do fim dos combates. Muitos ucranianos que viram combate ou destruição revivem o trauma durante o sono.

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O soldado ucraniano Ivan Chuiko, que lutou no leste da Ucrânia, relembrou que seus sonhos de antes da guerra eram geralmente leves e felizes. Porém, com o decorrer do conflito, sonhar tornou- se uma tarefa infeliz e costuma acordar lembrando novamente das batalhas e dos tanques.

“Uma vez acordei na trincheira no meio da noite e não conseguia entender se ainda estava dormindo ou se era a realidade”, disse Chuiko. “Estava conversando com meus amigos, mas não conseguimos encontrar uma solução. Era como se algum demônio ou força maligna estivesse entre nós. Eu não conseguia ver o diabo direito, mas sabia que ele estava lá”. 

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Os mortos também costumam aparecer no imaginário das pessoas durante a noite. O militar ucraniano Nazar Kuzmin lutou na mesma unidade que seu irmão, morto em combate em novembro, e disse que costuma vê-lo nos sonhos. 

“Durmo bem quando não há bombardeios e não me lembro dos meus sonhos”, disse Kuzmin. “Mas recentemente ouvi a voz do meu irmão em meu sonho. Era mais fácil estar aqui em guerra com meu irmão, quando estávamos juntos”. 

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