Negociadores acusam Hamas de recusar diálogo para novo acordo sobre reféns
Lideranças do grupo militante palestino, com medo de denunciar sua localização em Gaza, deixaram de responder mensagens de Israel e mediadores
Autoridades envolvidas com a mediação do conflito entre Israel e Hamas afirmaram nesta terça-feira, 13, que o grupo terrorista palestino deixou de responder e dialogar com os negociadores a respeito de um possível novo acordo para a continuação das libertações de reféns. Desde o fim de uma trégua temporária na Faixa de Gaza, há quase duas semanas, os Estados Unidos e outros mediadores tentam ressuscitar as tratativas .
Continuando a desempenhar o papel de interlocutor entre as partes, o Catar transmitiu ao Hamas novas ideias para tentar resgatar mais reféns de Gaza, incluindo um potencial acordo que incluiria a libertação também dos homens. A informação foi confirmada por um oficial familiarizado com as negociações à emissora de televisão americana CNN.
“Não há uma negociação ativa, mas há uma exploração real de ideias sobre como fazer com que isso aconteça”, disse o alto funcionário dos americano, acrescentando que não houve resposta do Hamas.
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Como funciona a negociação
Para que as partes do conflito conversem, o Catar fala com responsáveis políticos do Hamas, que depois transmitem mensagens à liderança do grupo dentro em Gaza. Autoridades americanas afiram que obter respostas do grupo palestino foi um processo complicado durante a primeira rodada de negociações, que levou à libertação de quase 100 reféns.
Analistas apontam que a nova fase das tratativas pode ser ainda mais difícil. Os líderes do Hamas evitam se envolver em conversas por medo que Israel detecte sua localização, agora que o conflito reacendeu a todo vapor.
Ao mesmo tempo, Israel, que retomou a sua operação por terra e bombardeios em Gaza após a trégua de sete dias, acredita que a sua ofensiva visando o sul do território palestino, particularmente Khan Younis, pode pressionar o Hamas a fazer um novo acordo pela libertação de mais reféns.
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Negociações paralisadas
Desde que as tratativas no Catar foram interrompidas no início deste mês, nenhuma negociação formal com o Hamas foi retomada. Tel Aviv, Washington e Doha continuam a discutir formas de tentar recomeçar as discussões, já que mais de 100 reféns ainda estão em Gaza.
Segundo gabinete do primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, 135 pessoas permanecem no cativeiro do Hamas, 116 das quais estão vivas. O Hamas se recusou a liberar os reféns restantes, afirmando que são considerados soldados.
A Casa Branca afirmou que oito americanos, sete homens e uma mulher, continuam desaparecidos. A aparente falta de progresso na libertação de reféns ocorre logo antes do presidente Joe Biden se reunir pessoalmente, pela primeira vez, com algumas das famílias de americanos sequestrados.
Entretanto, Israel informou os Estados Unidos que começaram a “testar cuidadosamente” a inundação de alguns túneis do Hamas com água do mar, para degradar a rede subterrânea do grupo em Gaza, onde acredita-se que o grupo terrorista mantém os reféns. Tel Aviv garantiu, porém, que só está fazendo isso em túneis que considera não conterem cativeiros.