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Com negociações por cessar-fogo em pausa, Kiev sofre novos ataques

Misseis russos atingiram a capital ucraniana e deixaram pelo menos quatro mortos; negociadores informaram que foi feita uma 'pausa técnica' nas conversas

Por Da Redação Atualizado em 15 mar 2022, 09h04 - Publicado em 14 mar 2022, 22h49

Enquanto a quarta rodada de negociações entre Rússia e Ucrânia aguarda prosseguimento nesta terça-feira, 15, forças russas atacaram cidades ucranianas em um bombardeio que aprofundou a crise entre os dois países. Pouco antes do amanhecer, grandes explosões foram ouvidas em Kiev. Um bairro residencial da capital foi atingido por mísseis, provocando um grande incêndio em um prédio de quinze andares. Pelo menos quatro pessoas morreram e 35 foram resgatadas, de acordo com o serviço de emergência do governo.

Diante dos ataques, o prefeito de Kiev, Wladimir Klitschko, decretou toque de recolher de 35 horas na capital. A medida começa a valer a partir da noite desta terça-feira,15, e vai até quinta-feira, 17.

A quarta rodada de negociações para tentar encerrar a guerra que está sendo travada no leste europeu foi suspenso na segunda-feira, sem que os dois países chegassem a um acordo. Os negociadores ucranianos informaram que foi feita uma “pausa técnica” nas conversas. A Rússia exige que a Ucrânia garanta que não vai entrar na Otan, a organização militar internacional comandada pelos Estados Unidos. Para isso, o presidente Vladimir Putin quer que o país vizinho mude a constituição para resguardar a neutralidade ucraniana.

As outras exigências de Putin incluem o reconhecimento da Crimeia como território russo, e das províncias de Donetsk e Lugansk como territórios independentes.

Enquanto Ucrânia e Rússia não chegam a um acordo, a guerra continua. Ao menos uma pessoa morreu e 12 ficaram feridas em um ataque contra um edifício residencial em Kiev, informaram as equipes de emergência, no momento em que as tropas russas se aproximam da capital ucraniana.

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Nos Estados Unidos, a porta-voz da Casa Branca, Jen Psaki, afirmou que o país não tem interesse em iniciar uma Terceira Guerra Mundial e nem no envio de tropas para a guerra na Ucrânia. Ela respondeu a um questionamento sobre a utilização de armas nucleares pela Rússia na Ucrânia, afirmando que a ação não está de acordo com as normas globais.

“Qualquer presidente tem que pensar em como liderar o mundo como deixar claro que essas ações são cruéis, inaceitáveis e não estão em linha com as normas globais. Mas ao mesmo tempo pensar nos nossos interesses nacionais. Dar início a Terceira Guerra Mundial certamente não está no interesse dos Estados Unidos. Trazer soldados norte-americanos para solo ucraniano para combater a Rússia não está em nossos interesses”, declarou Psaki.

Psaki reafirmou que a China irá enfrentar consequências caso ajude a Rússia militarmente ou não obedeça às sanções que foram estabelecidas contra o país. Segundo um alto funcionário do governo norte-americano, os russos pediram ajuda militar aos chineses, inclusive com drones: “Não vou delinear que consequências específicas, mas o assessor de Segurança na Assembleia disse que se a China fornecer algum tipo de auxílio militar ou vá contra as sanções estabelecidas haverá consequências. Quais serão as consequências serão determinadas no futuro.”

Segundo o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, a Rússia não solicitou auxílio à China, justificando que o país tem poder militar suficiente para cumprir todos os seus objetivos na Ucrânia a tempo e por completo.

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Mais cedo, o secretário-geral da ONU, António Guterres, demonstrou preocupação de que a crise evolua para um conflito nuclear. Ele disse que essa perspectiva, que era impensável, está agora no campo das possibilidades.

E também nesta segunda-feira, a Corte Internacional de Justiça, também conhecida como o Tribunal de Haia, informou que vai anunciar o veredito dela sobre a denúncia da Ucrânia contra a Rússia pela invasão militar. Na ação, o governo ucraniano acusa o país vizinho de crime de genocídio.

O anúncio do tribunal foi marcado para a próxima quarta-feira, 16, com transmissão ao vivo pela internet no canal online das Nações Unidas. Caso a corte aceite a denúncia da Ucrânia, ela deverá determinar a suspensão imediata da invasão russa. Além disso, o presidente Vladimir Putin pode se tornar réu para responder por crimes de guerra no tribunal internacional.

Com Agência Brasil

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