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Musk ensaia deixar governo dos EUA, mas diz que prazo está sujeito aos desejos de Trump

Declaração ocorre em meio à queda dos lucros da empresa de veículos elétricos Tesla, da qual Musk é dono, no primeiro trimestre deste ano

Por Paula Freitas SEGUIR SEGUINDO Atualizado em 23 abr 2025, 12h14 - Publicado em 23 abr 2025, 12h09

Elon Musk e Donald Trump (Andrew Harnik/Getty Images)

O magnata Elon Musk anunciou nesta terça-feira, 22, que começará a reduzir o trabalho à frente do Departamento de Eficiência Governamental (DOGE, na sigla em inglês) a partir de maio. Em teleconferência com investidores, o empresário afirmou que o seu objetivo de deixar a “casa financeira do governo em ordem” está quase concluído. Na teoria, Musk é obrigado a deixar a força-tarefa em 30 de maio, quando o limite de 130 dias de serviço como funcionário especial do governo dos Estados Unidos é atingido.

A declaração ocorre em meio à queda dos lucros da empresa de veículos elétricos Tesla, da qual Musk é dono, no primeiro trimestre deste ano, reflexo da reação negativa às suas inferências políticas como principal conselheiro do presidente dos EUA, Donald Trump. As vendas da Tesla vêm despencando desde fevereiro e acumularam uma queda de 13% nos primeiros três meses de 2025.

“Provavelmente a partir do mês que vem, maio, meu tempo dedicado ao Doge diminuirá significativamente”, disse ele, acrescentando que esperava reduzir o trabalho para um a dois dias na semana “pelo tempo que o presidente quiser” e “enquanto for útil”.

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De mal a pior

Enquanto Musk ensaia a saída da administração Trump, a Tesla vai de mal a pior. A empresa arrecadou US$ 19,3 bilhões em receita, abaixo das previsões de US$ 21,45 bilhões de Wall Street. O lucro de 27 centavos por ação também foi aquém das expectativas dos investidores, que ansiavam por 43 centavos por título.

Os rendimentos despencaram em 71%, para US$ 409 milhões, em relação ao lucro líquido de US$ 1,39 bilhão no mesmo período no ano passado. No pior trimestre desde 2022, a montadora registrou uma queda de 13% nas entregas de veículos. Não foi o suficiente, ao que aparenta, para reduzir o otimismo de Musk, embora tenha reconhecido que a Tesla tenha passado por “momentos difíceis”.

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“O futuro da Tesla está melhor do que nunca”, disse ele. “O valor da empresa é proporcionar abundância sustentável com nossos robôs acessíveis e equipados com IA. Se você se perguntar: qual é o futuro ideal que você pode imaginar? É isso que você desejaria. Você desejaria abundância para todos, de uma forma sustentável, que seja boa para o meio ambiente. Basicamente, este é um futuro feliz, este é o futuro mais feliz que você pode imaginar.”

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Justificativas e prazos audaciosos

Musk atribuiu o desempenho desastroso da montadora às tendências econômicas, afirmando que “a Tesla não está imune à demanda macroeconômica por carros”. Ele também argumentou que “quando há incerteza econômica, as pessoas geralmente querem parar de fazer uma grande compra de capital”, como seria o caso dos veículos elétricos.

Além disso, o bilionário apresentou um cronograma ambicioso para quando espera que carros totalmente autônomos cheguem às estradas de algumas cidades americanas “até o final do ano”. A empresa também planeja lançar o serviço Robotaxi em junho. A Tesla, no entanto, não cumpriu prazos anteriores, o que coloca um ponto de interrogação nas promessas de Musk.

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“O teste decisivo é: você consegue dormir no seu carro e acordar no seu destino? E estou confiante de que isso estará disponível em muitas cidades dos EUA até o final deste ano”, disse ele. “Prevejo que haverá milhões de Teslas operando de forma totalmente autônoma no segundo semestre do ano que vem.”