Museu do Louvre é fechado em apoio à greve contra reforma da Previdência
Apesar de concessões do governo, França continua a enfrentar greves desde dezembro passado
O Museu do Louvre, em Paris, amanheceu fechado nesta sexta-feira, 17, por causa da adesão de seus funcionários à greve geral contra a reforma da Previdência defendida pelo presidente francês, Emmanuel Macron. Turistas foram impedidos de entrar no prédio, enquanto mais de trabalhadores bloqueavam sua entrada.
“É no cerne da pirâmide do Louvre, onde o presidente da República, Emmanuel Macron, decidiu celebrar sua eleição, que uma frente sindical da oposição se opõe a ele e a suas orientações desastrosas sobre a aposentadoria”, disseram, em comunicado conjunto, sindicatos da área da cultura.
Muitos visitantes foram prestigiar uma exibição especial de Leonardo da Vinci, inaugurada em outubro passado por ocasião do 500º aniversário de morte do artista italiano, mas não conseguiram entrar no local. Os trabalhadores do Louvre e demais funcionários públicos grevistas foram vaiados por alguns turistas frustrados na fila de espera, mas outros demonstraram apoio à paralisação contra os planos de reforma da Previdência propostos por Macron.
“Enquanto as condições da equipe do Museu do Louvre estão se deteriorando a cada dia, principalmente devido à perda de pessoal, à precariedade e ao desmembramento do Estado, não há como aderirmos ao sistema de aposentadoria por pontos proposto pelo governo, que visa apenas reduzir o montante das pensões para todos”, continua o comunicado.
O museu informou que os ingressos para o dia serão totalmente reembolsados. O Louvre é o museu mais visitado no mundo, tendo recebido 9,6 milhões de pessoas no ano passado, um pouco abaixo do recorde de 2018 (10,2 milhões).
Desde que o governo retirou o aumento da idade mínima para a aposentadoria, após uma massiva manifestação no país que levou quase 150.000 pessoas às ruas, o movimento perdeu um pouco de sua força. Mas a paralisação continua pelo 44º dia consecutivo.
Boa parte da França tem sido afetada por uma greve de transportes iniciada há um mês e meio. Caminhoneiros, professores, advogados e médicos, entre outros, exigem a retirada total do projeto, que prevê a fusão dos 42 atuais regimes de previdência, organizados por profissões, e o estabelecimento de um novo sistema de cálculo, único e exclusivo por pontos.
Nas últimas semanas, o governo Macron já fez uma série de concessões a policiais e militares, além de pilotos e controladores de tráfego aéreo, permitindo que eles continuem se aposentando mais cedo. Contudo, o presidente francês enfatizou que o projeto é necessário. “Ou descontamos mais ou assumimos que devemos trabalhar um pouco mais”, disse.
(Com Reuters)