MP da Bolívia acusa de terrorismo suspeitos de tentativa de golpe militar
Mais 17 pessoas foram presas na quinta-feira, entre militares da ativa e reformados, além de civis
O Ministério Público da Bolívia acusou de terrorismo os principais suspeitos da tentativa de golpe contra o governo do país: o general Juan José Zúñiga, ex-chefe do Exército, e o ex-comandante Juan Arnez Salvador, da Marinha. Ao todo, cerca de 30 pessoas já foram presas por supostas ligações com o caso.
Os procuradores consideram que existem provas suficientes para apresentar acusações contra Zúñiga e Arnez pelos crimes de terrorismo e levante armado contra a segurança e soberania do Estado, enquanto o governo ainda avalia se há como ampliar as acusações.
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Zúñiga, que compareceu ao Ministério Público com seu advogado, por enquanto se absteve de prestar depoimento, segundo informações do jornal boliviano El Deber. No entanto, o general testemunhou na quarta-feira perante a polícia, onde deixou de falar em “autogolpe” para se referir à tentativa como um “levante armado que não se concretizou devido ao atraso e à falta de coordenação das diferentes unidades militares”
Na quinta-feira, o ministro da Justiça boliviano, Iván Lima, disse que Zúñiga, visto como líder e rosto da fracassada tentativa de golpe, poderia pegar até 20 anos de prisão. Segundo o governo, mais 17 pessoas foram presas na quinta-feira, entre militares da ativa e reformados, além de outros dez militares que já haviam sido presos.
Membros das Forças Armadas tomaram a praça e um veículo blindado avançou pela entrada do Palácio Presidencial, seguido por soldados comandados por Zúñiga, destituído do cargo de chefe do Exército na terça-feira, por insubordinação, após afirmar em rede nacional que não permitiria uma possível nova candidatura em 2025 do ex-presidente Evo Morales, que governou de 2006 a 2019.