Motorista avança contra multidão em Munique e deixa ao menos 28 feridos
Homem afegão de 24 anos, que solicitava asilo para morar na Alemanha, foi detido no local de um protesto sindical e identificado como suspeito pela polícia

Um homem atropelou uma multidão na cidade bávara de Munique, na Alemanha, nesta quinta-feira, 13, deixando ao menos 28 feridos. Autoridades locais informaram que acreditam que o motorista avançou deliberadamente contra os pedestres.
“Provavelmente foi um ataque”, disse o premiê da Baviera, Markus Söder, a repórteres.
Autoridades de Munique informaram que o motorista contornou um carro da polícia, que protegia uma manifestação de sindicatos, e acelerou em direção à multidão.
Um afegão de 24 anos, que processava requerimento de asilo para morar no país, foi detido no local e identificado como o suspeito, confirmou a polícia.
Joachim Herrmann, ministro do interior da Baviera, informou que o homem já tinha ficha na polícia por crimes relacionados a drogas e roubo. Segundo ele, o pedido de asilo já havia sido rejeitado, mas o sujeito não pôde ser deportado para o Afeganistão e foi autorizado a ficar na Alemanha.
O ministro disse que a suposição das autoridades neste estágio da investigação é que o agressor não mirava o sindicato que organizou o protesto como alvo específico. Mas fez a ressalva, porém, de que isso será investigado mais a fundo.
Não foi identificada nenhuma conexão, por enquanto, entre o ataque e a Conferência de Segurança de Munique, uma cúpula que reunirá autoridades de Defesa de toda Europa, que começa nesta sexta-feira, 14.
O chanceler alemão, Olaf Scholz, confirmou em coletiva de imprensa em Fürth que o suspeito era um cidadão afegão, e “isso não é algo que podemos tolerar ou aceitar”. Ele pediu ao judiciário que “use tudo em seu poder” para apresentar acusações contra o suspeito.
“Qualquer um que cometa um crime na Alemanha não será apenas severamente punido e irá para a cadeia, mas também deve entender que pode não ser capaz de continuar a residir na Alemanha”, declarou, acrescentando que o suspeito “deve ser punido e deve deixar o país”.
O incidente ocorreu em meio ao aumento do sentimento anti-imigração no país, que deve dominar as eleições do próximo 23 de fevereiro e impulsionar candidatos da direita.