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Motim mostra que poderio militar da Rússia está ‘rachando’, diz UE

Em reunião em Luxemburgo, os chanceleres do bloco avaliam que Putin está pagando o preço por criar um exército mercenário

Por Da Redação
Atualizado em 26 jun 2023, 20h08 - Publicado em 26 jun 2023, 14h47

Os ministros das Relações Exteriores da União Europeia disseram nesta segunda-feira, 26, que o motim ocorrido na Rússia durante o fim de semana indica que a guerra na Ucrânia está causando instabilidade doméstica no país e minando o seu poderio militar. Porém, de acordo com eles, o foco das nações ocidentais continua sendo o apoio às forças ucranianas.

No último sábado, 24, as forças mercenárias do Grupo Wagner, sob o comando do oligarca Yevgeny Prigozhin, atravessaram a fronteira ucraniana, assumiram o controle de um quartel-general militar no sul da Rússia e começaram a marchar sobre Moscou. No entanto, após um acordo com o Kremlin, os combatentes voltaram para o leste da Ucrânia.

“O sistema político está mostrando fragilidades e o poderio militar está rachando”, disse Josep Borrell, chefe de política externa da União Europeia. “Não é bom ver que uma potência nuclear como a Rússia pode entrar em uma fase de instabilidade política.”

Borrell acrescentou que o bloco deve apoiar a Ucrânia mais do que nunca. Segundo ele, o presidente russo, Vladimir Putin, está pagando o preço por criar um “monstro” como o grupo mercenário Wagner.

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“O monstro que Putin criou com Wagner está mordendo ele agora, o monstro está agindo contra seu criador”, disse Borrell.

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A ministra das Relações Exteriores da Alemanha, Annalena Baerbock, disse que Putin estava destruindo seu próprio país com sua “guerra brutal de agressão” na Ucrânia. Baerbock reforçou que a União Europeia deve se concentrar em ajudar a luta ucraniana para permitir que seu povo viva em paz e liberdade.

Os ministros enfatizaram que o motim era um assunto interno da Rússia, sem envolvimento externo. Porém, as autoridades deixaram claro que o assunto tinha implicações para além das fronteiras russas.

“Seria absolutamente perigoso para a Europa se o maior país do mundo, com o maior arsenal de armas nucleares, fosse destruído”, disse Jean Asselborn, ministro das Relações Exteriores de Luxemburgo.

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O ministro das Relações Exteriores da Áustria, Alexander Schallenberg, afirmou que Putin deveria seguir o exemplo de Prigozhin e “bater em retirada”. Já a autoridade da Finlândia, Elina Valtonen, sugeriu que os eventos do fim de semana mostraram que o poder do presidente russo não é tão forte quanto parece.

“É comum para estados autoritários que tudo pareça muito estável até que um dia nada mais seja estável. E espero tal desenvolvimento para a Rússia também”, alertou Valtonen.

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