Mosaico de ‘milhares de anos’ é encontrado em antiga cidade romana na Inglaterra
Arqueólogos acreditam que arte data do século II e fazia parte de uma grande sala, provavelmente em uma propriedade de uma família rica
Um mosaico “escondido por milhares de anos” foi encontrado bem preservado no início deste mês em Wroxeter, antiga cidade romana na Inglaterra. Com peixes e golfinhos em pedras brancas, vermelhas, azuis e amarelas, a arte data do século II e fazia parte de uma grande sala, provavelmente em uma propriedade de uma família rica, acreditam os arqueólogos envolvidos na escavação. É a primeira descoberta em Wroxeter desde 1859.
“As partes inferiores da parede da sala de mosaico estão intactas e ainda carregam seu reboco pintado original”, disse a Vianova Arqueologia, que participou do processo, em comunicado. “O mosaico provavelmente data do século II e sobrevive porque o edifício foi remodelado mais tarde, provavelmente no final do século III ou IV, quando a sala foi preenchida com entulho de construção para levantar o interior da casa (possivelmente para combinar com a altura aumentada das ruas adjacentes).”
Win Scutt, curador sênior de propriedades da English Heritage, uma organização pública beneficente que administra o local, disse à emissora americana CNN que o mosaico “está muito de acordo com o gosto da época, então essa é uma pessoa que entende de moda e sabe o que colocar em seus mosaicos, ela está em sintonia com a cultura”. Ou seja, tratava-se da residência de uma pessoa costumada a “receber convidados ricos” e que estava “determinada a impressionar” os visitantes.
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Outras descobertas
Além do mosaico, os especialistas encontraram um “santuário ou mausoléu” que pode ter “guardado os restos mortais de um indivíduo importante na história mais antiga de Wroxeter – possivelmente alguém associado à antiga fortaleza legionária ou talvez um pai fundador da nova cidade”, acrescentou o informe. Eles também descobriram um enorme edifício monumental de 50 metros, localizado em uma das principais ruas de Wroxeter.
“Acredita-se que o bloco onde a escavação ocorreu era o local do principal templo público da cidade. Nenhuma evidência direta de um templo foi encontrada, mas uma série de vasos de cerâmica completos e quebrados desta parte do local podem ser evidências de oferendas de adoradores a qualquer deus ou deuses que fossem venerados nas proximidades”, conclui a Vianova Arqueologia.
A escavação faz parte de um amplo projeto da English Heritage que conta com a participação de especialistas da Universidade de Birmingham e da Albion Arqueologia. Segundo o comunicado, 30 arqueólogos, incluindo 20 estudantes e voluntários, permaneceram entre julho e agosto no local.