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Morre o editor do ‘Washington Post’ no caso Watergate

O jornalista Ben Bradlee comandou a redação do diário americano por quase três décadas e transformou o 'Post' em um dos maiores jornais do planeta

Por Da Redação
22 out 2014, 01h23

O jornalista americano Ben Bradlee, que comandou a redação do jornal Washington Post por 26 anos e dirigiu a cobertura do escândalo de Watergate, morreu de causas naturais nesta terça-feira, aos 93 anos, em sua casa, em Washington. Como editor-chefe do Post, Bradlee entregou aos jovens repórteres Bob Woodard e Carl Bernstein a investigação sobre o arrombamento do Comitê Nacional Democrata, no prédio Watergate, na capital americana. Durante as reportagens, ele apoiou e orientou a dupla na apuração que ligaria a Casa Branca a um escândalo de sabotagem e espionagem que culminaria na renúncia do presidente Richard Nixon em 1974.

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No comando do jornalismo do periódico por 26 anos, entre 1965 e 1991, Bradlee guiou a transformação do Post em um dos maiores jornais do mundo. Sob sua administração, a equipe e a tiragem do diário dobraram de tamanho e o orçamento destinado às reportagens saltou de 3 para 60 milhões de dólares. Com Bradlee, o jornal, que antes só havia vencido um prêmio Pulitzer por reportagem, ganhou mais dezessete. “Seu charme e talento para a liderança ajudaram a atrair e inspirar uma equipe talentosa e acabaram por transformá-lo no mais celebrado editor de sua era”, escreveu o Washington Post em seu obituário. Concorrente do jornal da capital dos EUA, o New York Times também dedicou elogios ao jornalista, dizendo que Bradlee está “carimbado na cultura americana como o exemplo perfeito de editor de jornal de sua época – áspero, cativante e obstinado”.

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Outro fato marcante na trajetória do editor foi a decisão de publicar em 1971 documentos secretos do Pentágono sobre a Guerra do Vietnã – mesmo com uma forte pressão contrária de Richard Nixon. Alegando que a divulgação das informações poderia prejudicar a segurança nacional, o governo americano tentou a todo custo impedir a publicação. A questão foi parar na Suprema Corte, que decidiu a favor do jornal e da liberdade de imprensa.

Responsável por condecorar Bradlee em 2013 com a Medalha Presidencial da Liberdade – a maior honraria civil nos Estados Unidos -, o presidente Barack Obama lamentou a morte do editor. “Para Bradlee, o jornalisma era mais do que uma profissão – era um bem público vital para a nossa democracia.” Na cultura popular, Bradlee foi interpretado pelo ator Jason Robards no filme Todos os Homens do Presidente, de 1976, que retrata a cobertura do escândalo de Watergate. Pelo papel, Robards venceu o Oscar de ator coadjuvante.

(Com agências France-Presse e EFE)

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