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Morre Jean-Marie Le Pen, líder da extrema direita na França que passou bastão à filha

O político tinha 96 anos. Sua filha, Marine Le Pen, tentou separar-se da imagem manchada do pai – mas continua tão ultraconservadora quanto antes

Por Redação Atualizado em 7 jan 2025, 11h39 - Publicado em 7 jan 2025, 09h19

Morreu, aos 96 anos, o controverso político francês Jean-Marie Le Pen, personalidade histórica da extrema direita. A notícia do óbito foi confirmada pela família Le Pen à AFP nesta terça-feira, 7. Sua filha, Marine, embora tenha tentado separar-se da imagem manchada do pai, ao longo dos últimos anos tornou-se a nova (e mais bem-sucedida) porta-voz de seus polêmicos ideais políticos.

O fundador do partido Frente Nacional, que conseguiu unir uma extrema direita fragmentada nas décadas de 1960 e 1970, fez do seu nome e da sua família um império político, conseguindo, por meio de provocações e uma carreira de 40 anos, plantar suas lutas racistas e identitárias no centro do debate político.

Nacionalista declarado, Le Pen via a União Europeia como um projeto supranacional que usurpava os poderes dos Estados-nação (ressentimento semelhante ao que levou o Reino Unido a deixar o bloco com o Brexit, em 2020). Uma mistura combativa de populismo, eloquência e carisma, ele também conseguiu capturar o descontentamento dos eleitores com a questão da imigração e da estabilidade de emprego.

Ex-soldado nas guerras coloniais da França, ele disputou cinco eleições presidenciais. Surpreendeu o mundo ao chegar ao segundo turno presidencial em 2002, perdendo então de forma esmagadora para Jacques Chirac — eleitores preferiram apoiar um conservador tradicional ao invés de levar a extrema direita ao poder pela primeira vez desde que aliados do regime nazista de Adolf Hitler governaram a França, na década de 1940.

Pela memória do nazismo, entre outros motivos, desde que surgiu, nos anos 1970, a xenófoba e revisionista Frente Nacional foi vista como uma vergonha para o país. E por suas diatribes, sobretudo as de caráter antissemita — entre outras barbaridades, qualificou as câmaras de gás dos campos de concentração nazistas como “um detalhe da história” —, Jean-Marie Le Pen foi condenado em diversas ocasiões pela Justiça francesa. Em agosto de 2015, em flagrante guerra familiar, foi expulso pela própria filha da agremiação que fundou.

Agora rebatizado de Reagrupamento Nacional e comandado por uma espécie de “Marininha paz e amor” — embora permaneça tão anti-­imigrante, tão anti-União Europeia e tão pró-Vladimir Putin quanto antes —, a legenda chegou ao segundo turno das eleições presidenciais em 2017, conseguiu 42% dos votos em 2022 e firmou-se como força política relevante, representando hoje a terceira maior força na Assembleia Nacional Francesa.

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