Morre Bonadio, juiz que processou Cristina Kirchner por corrupção
Magistrado processou a atual vice-presidente da Argentina cinco vezes e, em vários casos, pediu sua prisão preventiva
O juiz federal argentino Claudio Bonadio, que conduziu vários processos contra a atual vice-presidente Cristina Kirchner por corrupção e a levou às barras do tribunal, morreu nesta terça-feira, 4, informaram familiares. A causa da morte ainda não foi informada.
Entre seus casos mais relevantes está o “Escândalo dos Cadernos”, a investigação de uma rede de subornos que envolvia empresários e autoridades do Cristina Kirchner (2007-2015). Em dezembro passado, dias antes de assumir como vice-presidente da Argentina, ela foi chamada a dar seu depoimento. Bonadio a considerava a chefe dessa quadrilha.
No total, o juiz processou Cristina Kirchner cinco vezes, abriu dezenas de inquéritos e emitiu várias vezes ordem de prisão preventiva contra a ex-presidente, que nunca foi efetivamente detida. Desde 2007, Kirchner goza de foro privilegiado: primeiro, como presidente do país; depois, como senadora; e, agora, como vice-presidente da Nação.
Sem sucesso, a ex-presidente tentou afastar Bonadio, por meio de queixas ao Conselho da Magistratura, onde o juiz acumulou cerca de 50 denúncias por mau desempenho e parcialidade. Bonadio também estava à frente da investigação do ataque terrorista à entidade judaica Amia, ocorrida em 1994. Nesse episódio, 85 pessoas morreram e cerca de 300 ficaram feridas.
O magistrado fora nomeado para o tribunal de Comodoro Py durante o governo do então presidente Carlos Menem (1989-1999), depois de ter trabalhado como secretário-adjunto de Assuntos Jurídicos e Técnicos do chefe de gabinete Carlos Corach.
Bonadio havia sido operado para a remoção de um tumor cerebral no ano passado e havia acabado de solicitar a prorrogação de sua licença até 1º de março. A aliança do ex-presidente Mauricio Macri, Juntos pela Mudança, divulgou um comunicado lamentando a morte do juiz. “É uma enorme perda para a Justiça”, afirmou a deputada Graciela Ocaña.
(Com EFE)