Black Friday: Revista em casa a partir de 8,90/semana
Continua após publicidade

Monte Everest: irresponsabilidade e fila na “zona de morte”

Onze pessoas perderam a vida na temporada de escalada de 2019, uma das mais mortais da história

Por Caio Mattos Atualizado em 4 jun 2024, 14h44 - Publicado em 27 dez 2019, 06h00

A imagem surrealista de um formigueiro de gente se equilibrando na neve para esperar a vez de cravar os pés no topo do Monte Everest, o mais alto do planeta, ganhou contornos assombrosos quando veio o balanço da brincadeira: onze pessoas perderam a vida na temporada de escalada de 2019, uma das mais mortais da história. O que a torna terrivelmente única é o fato de as mortes não terem sido fruto de avalanches ou terremotos, tão comuns naqueles picos, mas da irresponsabilidade generalizada. Nunca o governo do Nepal, país pelo qual se alcança a encosta sul do Everest (menos difícil e mais movimentada do que a que se acessa pela China), havia emitido tantas licenças a alpinistas — um número cerca de 10% superior ao habitual. A isso se somou um capricho dos deuses da meteorologia. As correntes de ar quente provenientes da Índia, que tornam o caminho rumo ao cume possível por até uma semana, sempre no mês de maio, dessa vez abriram uma modesta brecha de três dias.

Por essa conjunção de fatores, deu-se a superlotação fatal, situação em que turistas amargaram até doze horas na fila, de castigo na “zona da morte”. Ela é chamada assim por ser de frio extremo e ar rarefeito, suportável apenas com suprimento adequado de oxigênio. Na multidão, seria constatado depois, havia muitos amadores sem preparo para um desafio de tamanha envergadura. Veterano de Everest, o britânico Adrian Hayes atribuiu o excesso de novatos à “epidemia das redes sociais”: uma parcela dos que se habilitaram a vencer os 8 848 metros do monte queria mesmo ter uma boa selfie para postar. Tragédia consumada, o governo nepalês está para aprovar um pacote que exige dos aspirantes ao grande pico uma escalada de pelo menos 6 500 metros no currículo, além da comprovação de gastos com treinamento e equipamentos adequados. Um avanço, tardio que seja.

Publicado em VEJA de 1º de janeiro de 2020, edição nº 2667

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Semana Black Friday

A melhor notícia da Black Friday

BLACK
FRIDAY

MELHOR
OFERTA

Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

Apenas 5,99/mês*

ou
BLACK
FRIDAY
Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba 4 Revistas no mês e tenha toda semana uma nova edição na sua casa (a partir de R$ 8,90 por revista)

a partir de 35,60/mês

ou

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$71,88, equivalente a 5,99/mês.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.