Miss Crimeia é condenada na Rússia após cantar hino nacionalista ucraniano
Olga Valeyeva teve que pagar 40.000 rublos, equivalente a cerca de 3.050 reais e sua amiga foi condenada a 10 dias de prisão

A Justiça da Rússia condenou e multou a vencedora de um concurso de beleza na pensínula da Crimeia por publicar um vídeo em que a modelo aparece cantando uma música nacionalista ucraniana para uma amiga, informou nesta terça-feira, 4, a polícia da região. A Crimeia foi anexada pela Rússia em 2014.
Olga Valeyeva e a amiga, que não teve a identidade revelada, foram culpadas por desacreditar o Exército ursso ao cantarem a música “Chervona Kalyna”, considerada pelas autoridades russas um hino nacionalista. O vídeo postado no Instagram foi removido e investigado.
Segundo a polícia da península, a vencedora do Miss Crimeia, um concurso de beleza para mulheres casadas, foi multada em 40.000 rublos, equivalente a cerca de 3.050 reais e sua amiga foi condenada a 10 dias de prisão.
“Um vídeo foi publicado na internet em que duas meninas cantam uma música que é o hino de luta de uma organização extremista”, disse o Ministro do Interior da Crimeia na rede social Telegram, na segunda-feira, 2.
https://twitter.com/Qope87/status/1577023677706964992
A polícia do país também postou um vídeo no qual as mulheres, com rostos borrados, pedem desculpas por cantar a música.
https://twitter.com/nexta_tv/status/1577147981655994368
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“Acabamos de cantar uma música ucraniana. Pensávamos que era apenas uma pequena música que conhecíamos há muito tempo”, disse Valeyeva. A Miss já havia postado no Instagram que não queria “prejudicar ninguém”.
Sergey Aksyonov, líder do Partido da Unidade Russa, e primeiro-ministro da Crimeia, alertou que as autoridades reagiriam “duramente” a músicas deste tipo. Depois que convidados foram gravados cantando “Chervona Kalyna” em um casamento, em 10 de setembro, multas e penas de 5 a 15 dias de prisão foram aplicadas para organizadores e participantes.
“As pessoas que fazem isso estão agindo como traidoras”, acrescentou. Também afirmou que o grupo de segurança especial , o FSB, investiga o caso.