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Ministro da Defesa venezuelano chama protestos anti-Maduro de ‘golpe de Estado’

Vladimir Padrino López afirmou de presidente "foi legitimamente eleito pelo poder popular"; resultado é contestado por oposição e comunidade internacional

Por Da Redação
30 jul 2024, 15h35

O ministro da Defesa da Venezuela, Vladimir Padrino López, afirmou nesta terça-feira, 30, que os protestos contra o resultado das eleições, que proclamaram a vitória do presidente Nicolás Maduro, são um “golpe de Estado”, alertando que as Forças Armadas Nacionais Bolivarianas estão preparadas para impedi-lo. Ele também informou que 23 militares e 25 policiais ficaram feridos desde o início das manifestações e que o primeiro-sargento da Guarda Nacional Bolivariana (GNB), José Antonio Torres Blanca, morreu por um tiro no pescoço no estado de Aragua.

“Vamos derrotar mais uma vez esse golpe de Estado, não há ninguém que possa com a consciência de todo um povo, não há ninguém que possa com a força moral de uma instituição como as Forças Armadas”, disse ele em discurso, ao lado do alto comando militar.

O general-chefe também fez um apelo à “extrema direita fascista”, como chama a Plataforma Unitária Democrática, para que adote “o caminho democrático e constitucional”, acrescentando que “é hora de agir, é hora de lealdade ao país e às suas instituições”. Ele acusou os Estados Unidos e países aliados de incentivarem protestos “absurdos” e “implausíveis”. Como outros membros do regime venezuelano, destacou que Maduro “foi legitimamente eleito pelo poder popular”, apesar da contestação pela oposição e grande parte da comunidade internacional, incluindo a União Europeia, Chile, Peru, Argentina e Uruguai.

+ Manifestantes vão às ruas de Caracas pelo segundo dia contra vitória de Maduro

Mais de 700 manifestantes presos

Em meio ao clima de instabilidade, o procurador-geral da Venezuela, Tarek William Saab, anunciou também nesta terça-feira que 749 pessoas foram detidas em protestos e informou que envolvidos em depredação do patrimônio público enfrentarão acusações de “atos de terrorismo”. Além disso, líderes da oposição que “instigaram”, segundo Saab, a revolta da população serão alvos de processos. Ele disse ainda que a oposição é responsável por “incitação de ódio” e por ter feito um chamado para exterminar e matar venezuelanos” ao convocar manifestações.

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“Os apelos para irmos com nossas famílias a tal ou tal local, vocês acreditam na realidade virtual de que estão falando sobre ir com as famílias para marchar? Vocês estão colocando suas famílias para incendiar sedes públicas e matar venezuelanos”, acusou Saab.

Na véspera, o procurador-geral já havia advertido aqueles que convocassem protestos contra o resultado das eleições do país, realizadas no último domingo, podem pegar até seis anos de prisão por “crimes de instigação à perturbação pública”. Na madrugada desta segunda, o CNE, órgão federal controlado pela ditadura, apontou vitória de Maduro com 51% dos votos, contra 44% do candidato da oposição, Edmundo González Urrutia, que substituiu María Corina Machado após sua candidatura ser inabilitada.

Em contraste, levantamentos de boca de urna sugeriram que o rival de Maduro teria vencido o pleito com 70% de apoio, contra apenas 30% do líder bolivariano. O principal ponto de questionamento da oposição e da comunidade internacional é que o regime não divulgou os resultados na totalidade, sem a publicação das atas das zonas eleitorais – relatórios que reúnem informações de cada centro eleitoral.

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