Minas antipessoais: o que são os explosivos ‘proibidos’ que os EUA enviarão à Ucrânia
Armamento é banido em mais de 150 países por violar o direito humanitário internacional; Biden anunciou doação nesta terça-feira 19
O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, autorizou pela primeira vez nesta terça-feira, 19, o envio de minas terrestres antipessoais para a Ucrânia, em uma decisão que busca conter o avanço das tropas russas no país.
Um funcionário da Defesa americana afirmou que as minas seriam entregues em breve, ressaltando que Kiev havia se comprometido a não utiliza-las em áreas densamente povoadas.
A decisão da Casa Branca ocorre um dia depois que as forças ucranianas, pela primeira vez, usaram mísseis americanos para atingir o território russo.
O que são minas terrestres antipessoais?
Essas minas terrestres são dispositivos explosivos escondidos no solo, projetados para detonar quando alguém se aproxima ou pisa sobre elas. Algumas são desenvolvidas para destruir veículos blindados (minas antitanque), enquanto outras têm como objetivo atingir tropas inimigas (minas antipessoais).
As armas podem ser usadas em diversas circunstâncias, como proteger instalações críticas, preparar uma emboscada e alterar a rota das forças inimigas.
Algumas minas terrestres são programadas para desativarem automaticamente após um período predeterminado, mas outras podem permanecer “vivas” por décadas após serem enterradas.
Condenação internacional
O uso das minas terrestres é proibido em mais de 150 países — mas não nos EUA e na Rússia — por violar o direito humanitário internacional, já que é um armamento que não distingui civis de militares.
O Comitê Internacional da Cruz Vermelha diz que as minas antipessoais “deixam um legado duradouro de morte, lesão e sofrimento” e que “a contaminação por minas torna impossível o uso de vastas áreas de terra, comprometendo a produção de alimentos e destruindo meios de subsistência.”
As minas que serão enviadas pelos EUA são “não persistentes”, ou seja, aquelas que ficam inativas após um prazo estabelecido, segundo fontes oficiais. Com a maioria da população civil já retirada das áreas de conflito, a Ucrânia argumentou que o uso estratégico dessas armas representa um risco mínimo para os civis e é essencial para frear o avanço das forças russas.
No entanto, a Cruz Vermelha afirma que mesmo essas minas “inteligentes” representam um risco desnecessário para a população.
A Rússia, por sua vez, tem utilizado minas terrestres de maneira ampla desde o início da invasão à Ucrânia, em fevereiro de 2022.