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Milícias apoiadas pelo Irã entram na Síria para ajudar exército a lutar contra rebeldes

Insurgentes jihadistas tomaram a cidade de Aleppo, algo inédito desde 2020

Por Da Redação Atualizado em 2 dez 2024, 16h09 - Publicado em 2 dez 2024, 09h27

Vindas do Iraque, milícias apoiadas pelo Irã entraram na Síria nesta segunda-feira, 2, para ajudar as forças do Exército sírio a lutar contra rebeldes jihadistas, que tomaram a cidade de Aleppo — algo inédito desde 2020.

Dezenas de combatentes iraquianos das Forças de Mobilização Popular, alinhados a Teerã, chegaram ao território sírio por uma rota militar perto da travessia de Al Bukamal, segundo a agência de notícias Reuters.

“Esses novos reforços estão sendo enviados para ajudar nossos camaradas nas linhas de frente no norte”, disse um oficial do Exército sírio à Reuters, acrescentando que as milícias incluíam os grupos Katiab Hezbollah, um grupo paramilitar xiita iraquiano, e Fatemiyoun, uma milícia xiita afegã formada em 2014 para lutar ao lado das forças militares da Síria.

O Irã enviou milhares de milícias xiitas para a Síria ao longo da guerra civil no país e, junto com a Rússia e seu poder aéreo, permitiu que o presidente do país, Bashar Al-Assad, esmagasse os insurgentes e recuperasse a maior parte de seu território.

A ausência dessa força conjunta, porém, permitiu nos últimos dias um bem-sucedido ataque rebelde, que tomou a cidade de Aleppo, de acordo com depoimentos de fontes do Exército sírio à Reuters. Milícias aliadas ao Irã, lideradas pelo grupo libanês Hezbollah, têm uma forte presença na área de Aleppo.

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A intensificação dos ataques de Israel a bases militares iranianas na Síria, em paralelo à ofensiva no Líbano, que enfraqueceu o Hezbollah, também deu maior impulso aos rebeldes sírios.

Tomada de Aleppo

Forças armadas sírias bateram em retirada da segunda maior cidade do país, Aleppo, e o governo do presidente Bashar Al-Assad assumiu que terroristas tomaram a maior parte do território, no sábado, 30. Foi uma reviravolta.  O dia começou com um comunicado das Forças Armadas anunciando uma batalha dura contra os rebeldes. Ao que parece, a saída da cidade é estratégica. Ela foi  classificada como “temporária” pelas Forças Armadas. O Exército deve voltar para outro contra-ataque.

O grupo terrorista armado Hay’at Tahrir al-Sham (HTS) divulgou que encontrou pouca resistência no solo. Os sírios tentaram recuperar a cidade com ataques aéreos, sem êxito. Há registros de muitas baixas entre os sírios. Até o aeroporto foi controlado pelos terroristas. A população está trancada em casa, com medo da situação. Em contrapartida, os rebeldes tentam tranquilizar os moradores, com uma atitude simpática de colocar vans para distribuir pão na região. Trajados com uniformes camuflados de guerra, a tropa invasora faz patrulhas pelas ruas, em grupo e alinhados em fila, e prometem tomar toda a cidade.

O avanço dos terroristas começou na última quarta-feira, em um ataque surpresa contra o regime autocrático de Al-Assad. Trata-se do combate mais violento com as forças armadas sírias desde os últimos oito anos, segundo o Observatório de Direitos Humanos.

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