Milei escolhe secretário das Finanças como novo chanceler da Argentina
Economista de formação, Pablo Quirno assume cargo deixado por Gerardo Werthein na terça-feira
Às vésperas das eleições legislativas na Argentina, o presidente Javier Milei nomeou nesta quinta-feira, 23, o economista Pablo Quirno como o novo ministro das Relações Exteriores. O anúncio acontece três dias após o antigo titular da pasta, Gerardo Werthein, entregar uma carta de renúncia.
“O Gabinete do Presidente informa que Gerardo Werthein apresentou sua renúncia na segunda-feira, 27 de outubro. Em seu lugar, o novo ministro das Relações Exteriores será Pablo Quirno, atual secretário de Finanças e um membro-chave da equipe econômica que conseguiu evitar a maior crise da história do país”, afirma o comunicado oficial da nomeação.
Considerado um nome com perfil técnico, Quirno é braço direito do ministro da Economia, Luis “Toto” Caputo, e vinha sendo responsável por estabelecer conversas com investidores internacionais — uma tarefa que deve expandir de seu novo cargo como chanceler. Sua chegada fortalece a posição de Caputo no governo, uma vez que a saída do ministro vinha sendo ventilada.
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Embora tenha pouco contato com a política local, o novo ministro tem boas relações nos Estados Unidos, país que se tornou um aliado fundamental da gestão Milei. Quirino foi um dos membros da equipe econômica responsável por negociações com o governo do presidente Donald Trump que garantiram uma linha de financiamento de 20 bilhões de dólares de Washington a Buenos Aires através de um swap cambial.
A nota divulgada pela Casa Rosada afirma que o novo chanceler “se concentrará em abrir a Argentina ao mundo” e terá o objetivo de consolidar a “reinserção do país ao Ocidente”.
Economista de formação, Pablo Quirino recebeu um diploma de bacharel pela Universidade da Pensilvânia, nos EUA. Ele atuou por muito tempo no setor financeiro, sendo consultor e Diretor para a América Latina da firma JP Morgan, em Nova York, atuando também como membro do Comitê de Gestão Regional da instituição bancária, considerada uma das maiores do mundo.
Saída de Werthein
Gerardo Werthein, que antes serviu como embaixador argentino nos Estados Unidos, ocupava o cargo há menos de um ano. Ele substituiu Diana Mondino, demitida após votar a favor do fim do embargo dos EUA contra Cuba nas Nações Unidas.
O jornal argentino La Nación informou que Werthein deveria deixar o cargo somente após o pleito neste domingo, 26, mas decidiu formalizar a saída na noite de terça, 22. O anúncio ocorre poucos dias depois de o presidente americano, Donald Trump, ameaçar Milei na semana passada: caso seu partido, A Liberdade Avança, perca as eleições legislativas, os Estados Unidos “não serão tão generosos” com a Casa Rosada. O ultimato catapultou críticas à articulação do então chanceler na reunião entre os líderes na Casa Branca.
Nas últimas semanas, o país altamente endividado teve que gastar mais de US$ 1 bilhão para defender o peso, uma estratégia que a maioria dos economistas considera insustentável. Isso levou os aliados de Milei em Washington a intervir com um resgate financeiro. Trump também sugeriu que poderia comprar carne bovina da Argentina para reduzir o preço do produto para os americanos. O valor da carne disparou nos EUA devido à seca e à queda na importação do México por causa de pragas nos rebanhos.
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