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México constrói abrigos temporários de olho em deportações em massa dos EUA

Medidas anti-imigração de Trump podem afetar 5 milhões de mexicanos em situação irregular; governo traça planos para absorver entradas

Por Redação Atualizado em 22 jan 2025, 16h25 - Publicado em 22 jan 2025, 11h59

Autoridades mexicanas começaram a construir abrigos com tendas gigantes pelo país para se preparar para um possível fluxo de mexicanos deportados, após o recém-empossado presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, promulgar as primeiras medidas anti-imigração do novo mandato, na segunda-feira 20.

O governo do México traçou um plano para preparar abrigos e centros de recepção em nove cidades no norte do país, entre elas Ciudad Juarez, vizinha de El Paso, no estado americano do Texas.

Em entrevista à agência de notícias Reuters, o funcionário municipal Enrique Licon afirmou que os abrigos temporários em Ciudad Juarez terão capacidade para abrigar milhares de pessoas e devem ficar prontos em questão de dias, em uma operação que classificou como “sem precedentes”.

Em cada abrigo, autoridades locais fornecerão alimentos, moradia temporária, assistência médica e assistência para obter documentos de identidade, de acordo com um documento do governo visto pela Reuters, chamado “O México abraça você”. Também há planos de dispor uma frota de ônibus para transportar mexicanos dos centros de recepção de volta para suas cidades natais.

Quantos mexicanos irregulares há nos EUA?

Durante a campanha, Trump prometeu conduzir “a maior deportação da história dos Estados Unidos”, expulsando do país 1 milhão de pessoas em situação irregular por ano. Uma operação dessa escala, no entanto, provavelmente levaria anos e seria extremamente custosa – estimativas falam em 300 bilhões de dólares anualmente.

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Quase 5 milhões de mexicanos vivem nos Estados Unidos sem autorização, de acordo com uma análise do think tank El Colegio de la Frontera Norte (COLEF). Muitos são de partes do centro e sul do México, devastadas pela violência e pela pobreza. Cerca de 800.000 vêm de Michoacán, Guerrero e Chiapas, de acordo com o COLEF, onde guerras entre gangues e cartéis forçaram milhares a fugir nos últimos anos.

Ativistas de proteção a imigrantes temem que a combinação de deportações em massa e as medidas de Trump para impedir que mais estrangeiros entrem nos Estados Unidos possam saturar rapidamente as cidades do México que fazem fronteira com o território americano.

Um possível baque para o México

Na segunda-feira, o governo Trump encerrou o funcionamento de um aplicativo, conhecido como CBP One, usado para marcar entrevistas com autoridades de imigração para realizar pedidos de asilo e entrar nos Estados Unidos legalmente. Um dia depois, uma iniciativa de seu primeiro mandato, que prevê que até não mexicanos aguardem no México enquanto autoridades americanas processam seus pedidos, foi reinstaurada.

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“Basicamente, com o cancelamento do CBP One e as deportações, o governo (mexicano) não está preparado para receber tanta gente”, disse na segunda-feira Jose Luis Perez, então diretor de questões migratórias de Tijuana, demitido horas depois. Ele denunciou a medida como uma retaliação.

Durante uma entrevista coletiva na segunda-feira, a ministra do Interior do México, Rosa Icela, garantiu que a crise iminente está sob controle. “O México fará todo o necessário para cuidar de seus compatriotas e alocará o que for necessário para receber aqueles que forem repatriados”, afirmou.

Mas o crescimento econômico lento projetado para este ano pode dificultar a absorção de milhões de mexicanos deportados dos Estados Unidos, enquanto uma queda nas remessas de dólares para familiares que permanecem no México pode abalar cidades e vilas do país que dependem dessa renda.

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