México anuncia ‘indícios’ da morte de chefão do tráfico
Heriberto "El Lazca" Lazcano, líder do cartel Los Zetas, teria sido abatido em tiroteio com a Marinha. Exames legistas apontam para sua identidade

A Marinha mexicana afirmou em comunicado divulgado nesta segunda-feira que existem “fortes indícios” da morte de Heriberto Lazcano Lazcano, o segundo chefão do tráfico de drogas mais procurado do país. Conhecido como “El Lazca”, ele teria morrido em um tiroteio com a Marinha no estado de Coahuila.
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Lazcano era fundador e líder do cartel Los Zetas, que no México só é menos poderoso do que o cartel de Sinaloa – o governo dos Estados Unidos, porém, considera o cartel Los Zetas a organização criminosa mais perigosa do México, por ser a mais bem armada e praticar os crimes mais brutais.
De acordo com a nota da Marinha mexicana, os primeiros exames legistas feitos nos corpos de dois homens abatidos na troca de tiros “dão indícios de que um deles é de Heriberto Lazcano Lazcano”. Também conhecido como “Z-3” ou “El Verdugo”, o traficante era procurado pelos EUA, que ofereciam uma recompensa de cinco milhões de dólares por alguma pista que levasse à sua captura – no país, a recompensa por infomações sobre o traficante era de 30 milhões de pesos, cerca de 4,7 milhões de reais.
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Ainda segundo o comunicado da Marinha, uma ligação anônima levou os militares à cidade de Progreso, no estado de Coahuila, onde civis estariam andando armados. Ao chegar na localidade, eles foram atacados com uma granada lançada de um carro. Os militares então responderam a tiros e mataram os dois homens que estavam no veículo – um deles seria “El Lazca”.

Los Zetas – Integrante do Grupo Aeromóvel das Forças Armadas, uma unidade de elite do Exército, Heriberto Lazcano participou no final dos anos 1990 da deserção de dez soldados, que passaram a atuar como uma milícia pessoal do traficante Osiel Cárdenas Guillén, então líder do Cartel do Golfo. Com a prisão de Guillém, em 2003, o grupo se separou do Cartel do Golfo e criou seu próprio cartel, Los Zetas.
Desde então, Lazcano alimentou uma fama de sanguinário. “El Lazca” só era considerado menos poderoso do que Joaquín “El Chapo” Guzmán, chefão do cartel de Sinaloa. Se confirmada de fato, sua queda será o segundo golpe sofrido pelo narcotráfico mexicano em menos de um mês. Em meados de setembro, foi preso o líder do Cartel do Golfo, Jorge Eduardo Costilla Sánchez, conhecido como “El Coss”. Desde 2006, mais de 50.000 pessoas morreram em conflitos relacionados ao narcotráfico no México.
(Com agência EFE)