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Metade dos brasileiros acha que Trump prejudica economia do Brasil, diz pesquisa

Levantamento ouviu 2 mil pessoas, que também veem novo governo dos EUA como negativo de forma geral

Por Amanda Péchy SEGUIR SEGUINDO 18 abr 2025, 10h12

Donald Trump - 06/04/2025 (Flickr/TheWhiteHouse/Divulgação)

Metade dos brasileiros considera que as políticas comerciais do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, prejudicam a economia do Brasil, segundo pesquisa Ipsos-Ipec divulgada nesta sexta-feira, 18.

Os índices daqueles que acreditam que as decisões do republicano não estão afetando negativamente o Brasil e dos que não sabem, ou não responderam, estão empatados – 25% cada.

O levantamento também questionou os brasileiros sobre a percepção do governo Trump em geral, não apenas na questão econômica. A avaliação para 49% é de que a entrada do governo Trump é negativa para o Brasil, enquanto 29% veem como positiva e para 2%, é indiferente.

O governo de Donald Trump é positivo ou negativo para o Brasil?

Negativo: 49%
Positivo: 29%
Indiferente: 2%
Não sabe/não respondeu: 20%

Donald Trump está fazendo um governo ótimo, bom, regular, ruim ou péssimo para os americanos?

Ótimo: 8%
Bom: 19%
Regular: 19%
Ruim: 9%
Péssimo: 21%
Não sabe/não respondeu: 24%

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Em 2 de abril, no que chamou de “Dia da Libertação”, Trump anunciou um tarifaço para 185 países, entre eles o Brasil. O patamar base é de 10%, inicialmente aplicado a 126 parceiros comerciais, inclusive nosso país, e taxas maiores para nações específicas. No entanto, pouco depois – com a reação negativa do mercado e a queda do dólar –, o presidente americano suspendeu a cobrança das alíquotas extras por 90 dias, exceto para a China (produtos chineses sofrem com impostos de 145%).

São 50% os brasileiros que acham que as políticas comerciais de Trump estão prejudicando a economia do Brasil. A percepção é ainda maior entre os que votaram no presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em 2022 (58%). Mas mesmo entre eleitores do ex-presidente Jair Bolsonaro, a percepção atinge 43%.

O levantamento ouviu 2.000 pessoas com 16 anos ou mais em 131 municípios brasileiros entre os dias 3 e 7 de abril. A margem de erro é de 2 pontos percentuais para mais ou menos, e o nível de confiança é de 95%.

O Brasil tem tentado apostar no diálogo e na diplomacia para lidar com o tarifaço. No entanto, Lula sancionou a Lei da Reciprocidade, texto aprovado no Congresso como resposta às ações de Trump ou de outros países, e estuda acionar a Organização Mundial do Comércio (OMC). Por enquanto, o Brasil não anunciou medidas concretas e direcionadas para taxar de volta os produtos americanos.