Mesmo com críticas após o naufrágio, partido do governo é bem votado
Eleitores sul-coreano pouparam o partido Saenuri, atualmente no poder, que venceu em oito das dezessete províncias que estavam em jogo
Por Da Redação
5 jun 2014, 09h47
Park Geun-hye, presidente da Coreia do Sul, chora durante pronunciamento na TV ao lembrar de vítimas do naufrágio da embarcação Sewol (Reuters/VEJA)
Continua após publicidade
A Coreia do Sul ficou dividida entre as duas principais forças políticas do país nas eleições locais realizadas nesta quinta-feira, o que descartou a esperada ‘punição’ ao governo pela criticada gestão do naufrágio da balsa Sewol, que deixou mais 300 mortos, a maioria adolescentes. A oposição progressista, a Nova Aliança Política pela Democracia (NAPD), obteve o poder em nove das dezessete províncias e cidades em jogo, entre elas a capital Seul, onde reelegeu seu carismático prefeito, Park Won-soon, com ampla vantagem sobre o seu concorrente.
O partido governante Saenuri, de tendência conservadora, venceu em oito circunscrições, inclusive a província de Gyeonggi, que fica nos arredores da capital e onde vivem mais de 12 milhões de pessoas, segundo os resultados divulgados hoje, com quase a totalidade das urnas apuradas. Assim, todos os analistas afirmaram que o governo se saiu bem em um pleito que foi considerado como uma avaliação dos cidadãos da gestão do naufrágio da embarcação Sewol no dia 16 de abril, que deixou no total 304 mortos.
O trágico acidente provocou muitas críticas ao Executivo comandado pela presidente Park Geun-hye, que foi acusado de não garantir as medidas de segurança adequadas, reagir tarde e mal, não dedicar esforços suficientes para o resgate e divulgar informações erradas. A pressão sobre o governo, com protestos contínuos dos familiares das vítimas e de cidadãos, chegou a tal ponto que a presidente Park teve que pedir desculpas várias vezes, o que levou alguns analistas a esperarem outro naufrágio, neste caso eleitoral, do partido Saenuri. “Acho que nos defendemos bem, apesar da tragédia do Sewol”, avaliou hoje o secretário-geral do partido governante, Yoon Sang-hyun, para a imprensa.
Continua após a publicidade
Por outro lado, o prefeito de Seul, após vencer seu concorrente do Saenuri por quase 13 pontos de margem, classificou sua vitória como “o triunfo de todos os cidadãos que, em sua dor pelo Sewol, exigem uma mudança fundamental”. O pleito também teve especial destaque na província de Jeolla do Sul, local do naufrágio e onde a balsa permanece no fundo das águas com dezesseis corpos. O candidato do partido governante ficou relegado ao terceiro lugar com 9,6% dos votos e o NAPD arrasou com 78%.
Em todo caso, as duas províncias de Jeolla, no sudoeste do país, são redutos progressistas, que obtiveram vitórias tranquilas, enquanto o Saenuri triunfou em seus tradicionais feudos eleitorais em Gyeongsang, no sudeste. Essa divisão, que ocorreu praticamente em todas as eleições das últimas décadas, é atribuída aos regionalismos fortemente arraigados e politizados que predominam na metade sul do país.
1/39 Parentes choram em frente ao memorial de vítimas do naufrágio do Sewol, na Coréia do Sul (Kim Hong-Ji/Reuters/VEJA)
2/39 Centenas de pessoas deixaram bilhetes e homenagens no memorial das vítimas do naufrágio do navio Sewol, na Coréia do Sul (Kim Hong-Ji/Reuters/VEJA)
3/39 Bandeira exposta em memorial homenageia as vítimas do naufrágio da embarcação Sewol no último dia 16, na Coréia do Sul (Kim Hong-Ji/Reuters/VEJA)
4/39 Barcos da Guarda Costeira e equipes de busca realizam operações de resgate na região do náufrago da embarcação Sewol, na Coréia do Sul (Nicolas Asfouri/AFP/VEJA)
5/39 Na Coréia do Sul, parentes das vítimas do naufrágio do navio Sewol se abraçam. O acidente deixou mais de 170 mortos (Nicolas Asfouri/AFP/VEJA)
6/39 Mergulhadores realizam operações de resgate na área onde o navio Sewol naufragou na região de Jindo, Coréia do Sul (Yonhap/Reuters/VEJA)
7/39 Mulher atende uma vigília à luz de velas em Ansan, para homenagear as vítimas da balsa de passageiros que naufragou na Coreia do Sul (Kim Hong-Ji/Reuters/VEJA)
8/39 Um parente de uma vítima da balsa que naufragou na Coréia do Sul reza junto ao mar no porto de Jindo (Nicolas Asfouri/AFP/VEJA)
9/39 Mulher chora enquanto reza durante uma vigília à luz de velas em Ansan, para homenagear as vítimas da balsa de passageiros que naufragou na Coreia do Sul (Kim Hong-Ji/Reuters/VEJA)
10/39 Equipes de resgate operam na região onde uma balsa de passageiros naufragou em Jindo, na Coreia do Sul (Issei Kato/Reuters/VEJA)
11/39 Lee Joon-Seok, capitão da balsa sul-coreana "Sewol", que afundou no litoral do país, é apresentado na delegacia da cidade de Mokpo (Yonhap/AP/VEJA)
12/39 Lee Joon-Seok, capitão da balsa sul-coreana "Sewol", que afundou no litoral do país, é apresentado na delegacia da cidade de Mokpo (Yonhap/AP/VEJA)
13/39 Equipes de resgate buscam passageiros do navio que naufragou próximo a Jindo, na Coreia do Sul (Yonhap/AP/VEJA)
14/39 Mar é contaminado com derramamento de óleo no local do naufrágio da balsa Sewol, a 20 km da costa da Coreia do Sul (Yonhap/Reuters/VEJA)
15/39 Os familiares dos passageiros desaparecidos do barco sul-coreano "Sewol", que afundou no mar, aguardam em uma academia em Jindo (Lee Jin-man/AP/VEJA)
16/39 Familiares dos passageiros desaparecidos da balsa sul-coreana Sewol rezam em Jindo, na Coreia do Sul (Park Dong-ju/Yonhap/Reuters/VEJA)
17/39 Equipes de resgate instalam boias marcando o local onde a balsa Sewol naufragou, na costa de Jindo, sul da Coreia do Sul (Yonhap/AP/VEJA)
18/39 Os familiares dos passageiros desaparecidos do barco sul-coreano "Sewol", que afundou no mar, aguardam em uma academia em Jindo (Ahn Young-joon/AP/VEJA)
19/39 Equipes de resgate buscam passageiros do navio que naufragou próximo a Jindo, na Coreia do Sul (Park Jung-ho/Reuters/VEJA)
20/39 Monge budista reza pelos passageiros desaparecidos que estavam na balsa sul-coreana Sewol (Issei Kato/Reuters/VEJA)
21/39 Equipes de resgate buscam passageiros do navio que naufragou próximo a Jindo, na Coreia do Sul (Jeon Heon-Kyun/EFE/VEJA)
22/39 Familiares dos passageiros desaparecidos da balsa sul-coreana Sewol rezam em Jindo, na Coreia do Sul (Park Jung-ho/Reuters/VEJA)
23/39 Estudantes Danwon High School seguram cartazes com mensagens para seus amigos que estão desaparecidos, após o desastre da balsa que naufragou com 475 passageiros em Jindo, na Coreia do Sul (Yonhap/Reuters/VEJA)
24/39 Lee Joon-Seok, capitão da balsa sul-coreana "Sewol", que afundou no litoral do país, é apresentado na delegacia da cidade de Mokpo, nesta quinta-feira (17) (Yonhap/Reuters/VEJA)
25/39 Equipes de resgate buscam passageiros do navio que naufragou próximo a Jindo, na Coreia do Sul (Kim Hong-Ji/Reuters/VEJA)
26/39 Familiares de passageiros aguardam notícias após naufrágio de uma balsa com 475 na Coreia do Sul, nesta quarta-feira (16) (Kim Hong-Ji/Reuters/VEJA)
27/39 Familiares de passageiros aguardam notícias após naufrágio de uma balsa com 475 na Coreia do Sul, nesta quarta-feira (16) (Jung Yeon-JE/AFP/VEJA)
28/39 Equipes de resgate buscam passageiros do navio que naufragou próximo a Jindo, na Coreia do Sul (West Regional Headquarters Korea Coast Guard/News1/Reuters/VEJA)
29/39 Familiares aguardam informações dos passageiros do navio que naufragou próximo a Jindo, na Coreia do Sul (Jung Yeon-Je/AFP/VEJA)
30/39 Familiares aguardam informações dos passageiros do navio que naufragou próximo a Jindo, na Coreia do Sul (Ahn Young-joon/AP/VEJA)
31/39 Menina é resgatada do navio Sewol que transportava cerca de 470 pessoas e naufragou na Coreia do Sul (Hyung Min-woo/Yonhap/Reuters/VEJA)
32/39 Mãe de um dos passageiros do navio que naufragou próximo a Jindo, na Coreia do Sul se emociona ao encontrar o nome do filho na lista de sobreviventes (Kim Hong-Ji/Reuters/VEJA)
33/39 Navio que transportava cerca de 470 pessoas naufraga na Coreia do Sul (Dong-A-Ilbo/AFP/VEJA)
34/39 Navio que transportava cerca de 470 pessoas naufraga na Coreia do Sul (Korea Coast Guard/Yonhap/Reuters/VEJA)
35/39 Navio que transportava cerca de 470 pessoas naufraga na Coreia do Sul (Korea Coast Guard/Yonhap/Reuters/VEJA)
36/39 Equipes de resgate buscam passageiros do navio que naufragou próximo a Jindo, na Coreia do Sul (South Korea Coast Guard/AFP/VEJA)
37/39 Barco de resgate se aproxima de navio que naufragou (South Korea Coast Guard/AFP/VEJA)
38/39 Horas após início do naufrágio, embarcação estava quase completamente submersa (South Korea Coast Guard/AFP/VEJA)
39/39 Navio de passageiros afunda na costa da Coreia do Sul (Yonhap/Reuters/VEJA)
*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas. Acervos disponíveis a partir de dezembro de 2023.
*Pagamento único anual de R$52, equivalente a R$1 por semana.