Memória: os nomes que ajudaram a reinventar o mundo
Donald Rumsfeld foi um dos grandes políticos que se despediram em 2021
![Donald Rumsfeld](https://veja.abril.com.br/wp-content/uploads/2021/12/DONALD-RUMSFELD-GettyImages-50324550.jpg.jpg?quality=90&strip=info&w=1280&h=720&crop=1)
Donald Rumsfeld
Político e diplomata
Secretário de Defesa de dois presidentes republicanos, Gerald Ford (de 1975 a 1977) e George W. Bush (de 2001 a 2006), Donald Rumsfeld foi o mais influente servidor público dos Estados Unidos desde Robert McNamara, que começou nos anos Kennedy e durou até depois da Guerra do Vietnã. Rumsfeld foi a liderança estratégica nos conflitos no Afeganistão e no Iraque. Debaixo de seu guarda-chuva, as Forças dos EUA rapidamente derrubaram o presidente iraquiano Saddam Hussein, mas não conseguiram manter a lei e a ordem depois disso, e o Iraque caiu no caos com uma revolta sangrenta e violência entre muçulmanos sunitas e xiitas. As tropas americanas permaneceram no Iraque até 2011, muito depois de ele deixar seu posto. Morreu aos 88 anos, em Taos, no Novo México, em 29 de junho. A causa foi um mieloma múltiplo.
![COLIN-POWELL—GettyImages-1853925.jpg Colin Powell](https://veja.abril.com.br/wp-content/uploads/2021/12/COLIN-POWELL-GettyImages-1853925.jpg.jpg?quality=70&strip=info&w=1024&crop=1)
Colin Powell
Político e militar
“Colin Powell personificava os mais elevados ideais de guerreiro e diplomata”, disse o presidente Joe Biden. Como secretário de Estado do presidente George W. Bush, logo depois de 11 de setembro de 2001 ele pediu cautela na deflagração da chamada Guerra ao Terror — na contramão do que pensavam Bush e o secretário de Defesa, Donald Rumsfeld (leia acima), defensores da intervenção americana mesmo sem o apoio internacional. Teve de ceder. Apoiaria, em 2003, a invasão do Iraque. Contudo, um ano e meio depois assumiria o mais grave erro de sua vida, ao admitir que as informações de Inteligência sugerindo que Saddam Hussein tinha “armas de destruição em massa” estavam equivocadas. Fez a confissão e renunciou. Powell morreu em 18 de outubro, aos 84 anos, em Nova York.
![CARLOS-MENEM—GettyImages-110133620.jpg Carlos Menem](https://veja.abril.com.br/wp-content/uploads/2021/12/CARLOS-MENEM-GettyImages-110133620.jpg.jpg?quality=70&strip=info&w=1024&crop=1)
Carlos Menem
Político
Eleito depois da renúncia de Raúl Alfonsín, o primeiro a ocupar a Casa Rosada após a ditadura militar, e que deixara o país com uma hiperinflação de 3 000% ao ano, Menem tinha uma única ideia na cabeça: consertar a economia. Nessa toada, abandonou parte das bandeiras peronistas, de permanente intervenção estatal, e adotou a cartilha liberal desenhada pelo FMI. Durante os dez anos seguintes, privatizou empresas, abriu os negócios para o exterior e impôs a paridade cambial entre o dólar e o peso, em 1 para 1. Mas seu legado foi o caos. Longe da Casa Rosada, teve de encarar, na Justiça, denúncias de corrupção e envolvimento com tráfico de armas. Morreu em 14 de fevereiro, aos 90 anos, em Buenos Aires.
![FREDERIK-DE-KLERK—MANDELA—Par7579567.jpg Frederik Willem de Klerk](https://veja.abril.com.br/wp-content/uploads/2021/12/FREDERIK-DE-KLERK-MANDELA-Par7579567.jpg.jpg?quality=70&strip=info&w=1024&crop=1)
Frederik Willem de Klerk
Político
Chefe de governo da África do Sul entre 1989 e 1994, último presidente branco do país, De Klerk costurou o fim do regime racista do apartheid. “É tempo de sairmos do ciclo de violências e abrirmos caminho em direção à paz e à reconciliação. A maioria silenciosa anseia por isso”, disse em discurso histórico em 2 de outubro de 1990, para emendar com pedido de desculpas. “Não era nossa intenção privar as pessoas de seus direitos e causar miséria, mas a segregação e o apartheid levaram exatamente a isso e eu o lamento profundamente.” Ele e Nelson Mandela receberam o Nobel da Paz de 1993 pelo trabalho contra o segregacionismo. Mandela seria eleito presidente em 1994. De Klerk morreu em 11 de novembro, aos 85 anos.
![PRINCIPE-PHILLIP—GettyImages-170941689.jpg Príncipe Philip](https://veja.abril.com.br/wp-content/uploads/2021/12/PRINCIPE-PHILLIP-GettyImages-170941689.jpg.jpg?quality=70&strip=info&w=1024&crop=1)
Príncipe Philip
Duque de Edimburgo
Nascido na ilha grega de Corfu em 1921, Philip era o sexto na linha de sucessão ao trono da Grécia quando seu tio, o rei Constantino I, e o regime monárquico foram depostos em um golpe militar. Membro de uma família real sem poder e sem terra, ele seria enviado na adolescência para estudar no Reino Unido. Aos 18 anos, em 1939, Philip se alistou na Marinha Real Britânica e foi lutar na II Guerra Mundial. Após o fim do conflito, o príncipe pediu a mão da então princesa Elizabeth ao pai dela, o rei George VI, do Reino Unido. Durante a guerra, Philip e Elizabeth, que já se conheciam desde 1934, trocaram cartas amorosas. O resto é história. Ele morreu em 9 de abril, dois meses antes de completar 100 anos.
Publicado em VEJA de 29 de dezembro de 2021, edição nº 2770