Marrocos: rabino proíbe mulher de tirar selfies sem marido
Decisão de tribunal da comunidade judaica no país diz respeito ao processo de reconciliação de um casal

Um rabino no Marrocos proibiu uma mulher de tirar selfies desacompanhada do marido ou filhos e postar em qualquer rede social, além de sugerir uma série de outras restrições. A decisão, pronunciada pelo Tribunal Rabínico de Primeira Instância de Casablanca (órgão que trata de assuntos civis da comunidade judaica marroquina) e divulgada por um site local de notícias, diz respeito ao processo de reconciliação de um casal judeu marroquino. O caso foi julgado em dezembro, mas apenas agora as informações da ação vieram a público.
Além de selfies sem a presença dos homens da família, o rabino aponta no veredito que “o casal se compromete a deixar os celulares e as contas do Facebook abertas e cada um deles tem o direito de consultá-los”. Fora da esfera digital, a esposa não pode “frequentar clubes de esporte misto e ter relações de amizades com pessoas alheias à família ou mulheres divorciadas”.
Os tribunais rabínicos são instâncias judiciais que existem no país desde a chegada dos franceses ao Marrocos em 1912, e são reservados aos cerca de três mil marroquinos judaicos que vivem no país para tratar questões da esfera familiar, como casamento, divórcio, sucessão e testamentos. Um rabino, sob a jurisdição do Ministério de Justiça do país, é responsável pela resolução dos casos de acordo com os preceitos do Talmud (obra principal do judaísmo) e pronuncia suas decisões – até aquelas envolvendo selfies – em nome do rei do Marrocos, Mohamed VI.