Marinha chinesa resgata grupo de brasileiros da guerra no Sudão
Navio levou 272 chineses e 221 estrangeiros até porto de Jeddah, na Arábia Saudita
A rede estatal chinesa CCTV relatou na segunda-feira, 1, que um navio da Marinha da China retirou no final de semana um novo grupo de chineses e estrangeiros do Sudão. Entre os estrangeiros há seis brasileiros, todos da mesma família.
Segundo telejornal da rede, o navio Weishanhu levou 493 cidadãos chineses estrangeiros até o porto de Jeddah, na Árabia Saudita. O grupo inclui 272 chineses e 221 estrangeiros, em maioria do Paquistão.
No site da emissora há ainda falas dos brasileiros, que não foram identificados, elogiando a atuação da Marinha chinesa.
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“A Marinha não apenas providenciou quarto para nós, mas também nos perguntou o que gostaríamos de comer, quais restrições temos e que tipo de ajuda precisamos. Estamos muito emocionados e agradecemos muito”, diz um dos brasileiros.
Em nota publicada na semana passada, o Itamaraty disse que estava em contato com os 21 brasileiros que estariam no Sudão. “O governo brasileiro tem mantido coordenação com outros países que também têm cidadãos em território sudanês sobre ações coordenadas de evacuação, a serem implementadas tão logo as condições de segurança permitam”, diz o texto.
Na sexta-feira, 28, Ravina Shamdasani, porta-voz do Alto-Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos (ACNUDH), pediu que ambos os lados do conflito “encerrem imediatamente as hostilidades” e “interrompam as hostilidades em áreas residenciais, contra a população civil e a infraestrutura”.
Os combates eclodiram no dia 15 de abril, envolvendo as unidades do Exército leais ao general Abdel Fattah al-Burhan, chefe do Conselho Soberano do governo de transição do Sudão, e as Forças de Apoio Rápido paramilitares (FAR), lideradas pelo general Mohamed Hamdan Dagalo, conhecido como Hemedti, que é vice-chefe do Conselho.
Foram os primeiros confrontos do tipo desde que os dois grupos uniram forças para derrubar o autocrata islâmico Omar al-Bashir, em 2019. A violência começou por causa de um desacordo sobre a integração dos paramilitares nas Forças Armadas, como parte de uma transição para o regime civil, para acabar com a crise político-econômica provocada por um golpe militar em 2021.