Mais de 6.700 rohingyas morreram em menos de um mês
Cerca de 640.000 rohingyas fugirem de Mianmar para Bangladesh desde o início da crise
Por AFP
Atualizado em 15 dez 2017, 16h50 - Publicado em 14 dez 2017, 21h47
Refugiados rohingyas recém chegados à Bangladesh aguardam para serem levados até o acampamento Cox's Bazar, onde se encontram outros milhares de muçulmanos - 02/10/2017 (Cathal McNaughton/Reuters)
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1/33 Cerca de 400 mil refugiados rohingya fugiram para Bangladesh desde o final de agosto durante o surto de violência no estado de Rakhine, em Mianmar - 26 /09/2017 (Cathal McNaughton/Reuters)
2/33 Hamida, refugiada rohingya chora enquanto segura seu filho de 40 dias, que morreu depois do naufrágio de um barco, em Teknaf, Bangladesh - 14/09/2017 (Mohammad Ponir Hossain/Reuters)
3/33 Homem rohingya toma banho ao lado de fora de seu abrigo, em um campo de refugiados em Bangladesh - 13/09/2017 (Danish Siddiqui/Reuters)
4/33 Refugiados Rohingya recebem pedaços de bambu para fazer uma cabana no campo de refugiados Balukhali em Cox's Bazar, Bangladesh - 11/10/2017 (Zohra Bensemra/Reuters)
5/33 Refugiada rohingya chora com seu filho nos braços ao chegar em Bangladesh - 12/09/2017 (Dan Kitwood/Getty Images)
6/33 Um refugiado rohingya é fotografado deitado em seu abrigo no acampamento de Kutupalong, no Bangladesh - 20/10/2017 (Zohra Bensemra/Reuters)
7/33 Nasir Ahmed, um refugiado Rohingya chora quando segura seu filho de 40 dias, que morreu quando um barco virou na margem de Shah Porir Dwip enquanto atravessava a fronteira de Myanmar para Bangladesh, em Teknaf - 14/09/2017 (Mohammad Ponir Hossain/Reuters)
8/33 O fotógrafo Cathal McNaughton capta o olhar de um refugiado rohingya no acampamento Cox's bazar, em Bangladesh, enquanto espera receber ajuda - 27/09/2017 (Cathal McNaughton/Reuters)
9/33 Um garoto rohingya é fotografado andando na chuva pelo acampamento de refugiados Cox' Bazar, em Bangladesh - 20/09/2017 (Cathal McNaughton/Reuters)
10/33 Refugiados rohingyas recém chegados à Bangladesh aguardam para serem levados até o acampamento Cox's Bazar, onde se encontram outros milhares de muçulmanos - 02/10/2017 (Cathal McNaughton/Reuters)
11/33 Um menino rohingya é visto se banhando no campo de refugiados Cox's Bazar, em Bangladesh - 21/09/2017 (Cathal McNaughton/Reuters)
12/33 Um garoto rohingya é visto empinando pipa no acampamento de refugiados em Cox's Bazar, no Bangladesh - 10/11/2017 (Navesh Chitrakar/Reuters)
13/33 Uma refugiada rohingya chega exausta a Bangladesh após fugir de barco de Myanmar - 11/09/2017 (Danish Siddiqui/Reuters)
14/33 A idosa Boduuzzol Kharun, 97, é carregada por membros da sua família depois de atravessar a fronteira Bangladesh-Mianmar, em Teknaf, Bangladesh - 25/10/2017 (Adnan Abidi/Reuters)
15/33 Jayed Ullah, uma menina refugiada rohingya, de seis meses, é carregada por sua mãe, no campo de refugiados de Palong Khali, perto de Cox's Bazar, em Bangladesh - 30/10/2017 (Hannah McKay/Reuters)
16/33 Um menino refugiado Rohingya, que atravessou a fronteira de Myanmar esta semana, se refugia na Escola Primária de Long Beach, no campo de refugiados de Kutupalong, perto de Cox's Bazar, Bangladesh - 23/10/2017 (Hannah McKay/Reuters)
17/33 Crianças rohingyas refugiadas brincam nas águas de um pequeno riacho que passa pelo campo de Kutupalong, em Cox's Bazar, no Bangladesh - 06/10/2017 (Paula Bronstein/Getty Images)
18/33 Os refugiados Rohingya fazem filas para receber ajuda humanitária no campo de refugiados de Kutupalong, em Cox's Bazar, no Bangladesh - 20/10/2017 (Zohra Bensemra/Reuters)
19/33 Chegada de 15.000 refugiados rohingyas em Bangladesh (Reprodução/Youtube)
20/33 Jovens muçulmanos rohingyas ficam atrás de uma barricada de bambu para coletar comida cozida no campo de refugiados de Thankhali, no distrito de Ukhia, em Bangladesh - 10/11/2017 (Dibyangshu Sarkar/AFP)
21/33 Um grupo de refugiados rohingyas sentados em jangadas são interrogados pelo Guarda das fronteiras de Bangladesh logo após cruzarem a fronteira com Myanmar - 09/11/2017 (Navesh Chitrakar/Reuters)
22/33 Refugiados rohingyas recém chegados à Bangladesh aguardam para serem levados até o acampamento Cox's Bazar, onde se encontram outros milhares de muçulmanos - 02/10/2017 (Cathal McNaughton/Reuters)
23/33 Refugiados rohingya atravessam em uma jangada improvisada pelo Rio Naf para chegar a Bangladesh, onde se abrigarão no acampamento para refugiados de Cox's Bazar - 13/11/2017 (Mohammad Ponir Hossain/Reuters)
24/33 Menino refugiado Rohingya joga bola com seus amigos no campo de refugiados de Palong Khali, perto de Cox's Bazar, Bangladesh - 14/11/2017 (Navesh Chitrakar/Reuters)
25/33 Um garoto refugiado rohingya corta os cabelos de maneira improvisada no acampamento de Cox's Bazar, no Bangladesh - 15/11/2017 (Navesh Chitrakar/Reuters)
26/33 Crianças rohingya são fotografadas no campo de refugiados de Moynerghona, no distrito de Ukhia , em Bangladesh - 30/10/2017 (Tauseef MUSTAFA/AFP)
27/33 Mulher caminha com uma criança no colo no campo de refugiados de Balukhali, no distrito bengali de Ukhia - 23/11/2017 (Munir Uz Zaman/AFP)
28/33 Crianças refugiadas rohingya brincam em uma estrada no campo de refugiados de Balu Khali perto de Cox's Bazar, Bangladesh - 16/11/2017 (Navesh Chitrakar/Reuters)
29/33 Refugiados caminham na praia após atravessarem a fronteira entre Mianmar e Bangladesh - 21/11/2017 (Navesh Chitrakar/Reuters)
30/33 Hosne Ara, um rohingya de 4 anos, refugiado a 2 meses é fotografado no centro para crianças no campo de refugiados de Kutupalong, perto de Cox's Bazar, no Bangladesh - 06/11/2017 (Hannah McKay/Reuters)
31/33 Homem auxilia na distribuição de cobertores para os refugiados roghingya do acampamento de Cox's Bazar, no Bangladesh - 05/12/2017 (Ed Jones/AFP)
32/33 Criança refugiada rohingya chora enquanto se senta no campo de refugiados de Kutupalong no Coaz's Bazar em Bangladesh - 04/12/2017 (Ed Jones/AFP)
33/33 Tumulto durante distribuição de alimentos em campo de refugiados rohingya em Bangladesh - 28/11/2017 (Ed JONES/AFP)
Pelo menos 6.700 rohingyas morreram entre o fim de agosto e setembro em Mianmar, durante uma operação do Exército do país contra “terroristas” – aponta uma estimativa inédita publicada nesta quinta-feira pela ONG Médicos sem Fronteiras (MSF).
Os números incluem apenas o primeiro mês de violência, que provocou um êxodo ainda em curso de refugiados para Bangladesh. Segundo a MSF, as pessoas que fogem “garantem ter sofrido violência nas últimas semanas”.
“Os estudos mostram que pelo menos 71,7% dos óbitos se devem à violência, incluindo contra crianças de menos de cinco anos. Isso representa pelo menos 6.700 pessoas, entre elas 730 crianças”, disse a MSF, que conversou com mais de 11.000 refugiados em Bangladesh para chegar a essa estimativa.
De acordo com o médico Sidney Wong, que atua na ONG, “o número de falecimentos está, provavelmente, subestimado”, porque “o alcance e a natureza da violência são espantosas”. “Ouvimos pessoas que contam como morreram famílias inteiras depois que as Forças Armadas as trancaram em suas casas e as incendiaram”, relata.
Segundo os dados coletados em milhares de entrevistas, 69% das vítimas morreram por disparos de bala; 9%, vítimas de queimaduras letais; e 5%, por espancamento. “Quase cada família rohingya teve um, ou vários de seus membros assassinados”, disse à AFP Mohamad Zubir, um professor rohingya há 25 anos refugiado em Bangladesh e que é líder da comunidade local.
A violência em Mianmar levou cerca de 640.000 rohingyas a fugirem para Bangladesh. Esse número representa cerca de metade dessa comunidade muçulmana que vive, principalmente, em Rakain, no oeste do país.
O Exército birmanês nega que esteja lançando represálias contra os civis e aponta, até agora, um balanço de menos de 400 mortos. Todos eles seriam “terroristas” rohingyas, segundo os militares.
Os confrontos de agosto começaram quando os ataques de grupos rebeldes a delegacias de polícia deflagraram a repressão das forças da ordem, que incendiaram cidades e reprimiram civis.
Os números da MSF contradizem os do Exército birmanês, que publicou, em meados de novembro, suas conclusões de uma investigação interna. “Os soldados não cometeram agressões sexuais, nem mataram civis. Não prenderam, não agrediram, nem mataram habitantes dos povoados”, declara o informe, que diz ter-se baseado em 2.800 depoimentos de muçulmanos, coletados em condições de independência que não puderam ser verificadas.
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O Exército confirmou somente ter atirado contra um grupo de rohingyas, após ataque a soldados, alegando que se tratou de legítima defesa.
Os rohingyas são o maior povo apátrida do mundo desde que, em 1982, Mianmar, então sob regime militar, retirou sua nacionalidade. Vítimas da discriminação, não têm documentos de identidade, não podem viajar, nem se casar sem autorização, e tampouco têm acesso ao mercado de trabalho, ou a serviços públicos, como escolas e hospitais.
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