Mais de 20 líderes mundiais apoiam tratado global de combate a pandemias
Documento pede maior cooperação e fim do nacionalismo para enfrentar crises sanitárias futuras; Brasil, China, Rússia e EUA não assinaram o texto
Um grupo de mais de vinte líderes mundiais, a Organização Mundial da Saúde (OMS) e o Conselho Europeu pediram nesta terça-feira, 30, a adoção de um tratado internacional para proteger os países de novas pandemias.
O documento pede uma maior cooperação internacional e diz que as nações devem evitar o isolacionismo e o nacionalismo. “Haverá outras pandemias e outras grandes emergências de saúde. Nenhum governo ou agência multilateral pode enfrentar essa ameaça sozinho. A questão não é se, mas quando”, afirma o artigo.
Entre os que firmaram o documento, estão os premiês da Itália, Mario Draghi, do Reino Unido, Boris Johnson, e dos Países Baixos, Mark Rutte, a chanceler alemã, Angela Merkel, e os presidentes da França, Emmanuel Macron, da Coreia do Sul, Moon Jae-in, da África do Sul, Cyril Ramaphosa, do Chile, Sebastián Piñera, e da Indonésia, Joko Widodo.
Os líderes mundiais escreveram que estão “comprometidos em garantir o acesso universal e equitativo a vacinas, medicamentos e diagnósticos seguros, eficazes e acessíveis para esta e futuras pandemias”. “Acreditamos que as nações devem trabalhar juntas em um novo tratado internacional para preparação e resposta a uma pandemia”, acrescentaram.
Brasil, China, Rússia e Estados Unidos não assinaram o texto. Os organizadores da iniciativa, porém, disseram que todos os países serão envolvidos no projeto de tratado no futuro.
A carta tem como base o projeto apresentado recentemente pelo presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, para que o mundo esteja mais coordenado no combate à pandemia de Covid-19. Em entrevista, Michel afirmou que a ideia do tratado é que ele “seja útil para criar um vértice internacional para cooperação”, a partir da troca de informações, investimento em pesquisa e busca por medicamentos.