Maduro assume ‘responsabilidade’ por crise econômica da Venezuela
Presidente afirma que precisará de dois anos para apresentar resultados do plano de recuperação proposto; medidas incluem tirar 5 zeros da moeda nacional
O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, reconheceu ontem (30) sua “responsabilidade” na grave crise econômica que aflige o país e estimou precisar de dois anos para “conseguir” uma recuperação com “alto nível de estabilidade”.
“Os modelos produtivos que testamos até agora fracassaram e a responsabilidade é nossa, é minha. Precisamos levar para frente o poder econômico que temos”, disse Maduro, em uma sessão do IV Congresso do Partido Socialista Unido da Venezuela (PSUV).
Apesar de sua enorme riqueza em recursos naturais, especialmente petróleo, a Venezuela atravessa uma severa crise econômica, resultando em uma escassez de alimentos básicos e remédios, má prestação dos serviços públicos e uma altíssima inflação, que o Fundo Monetário Internacional (FMI) estima fechar em 1.000.000% neste ano.
Com frequência, o governo venezuelano atribui o fraco desempenho da sua economia a uma “guerra” liderada pelos Estados Unidos junto a fatores de oposição interna e da região, mas, ontem, o próprio Maduro pediu aos seus ministros que troquem as desculpas por resultados.
Para enfrentar a crise, o presidente venezuelano anunciou na semana passada uma série de medidas, que incluem retirar cinco zeros das notas de bolívar; promover o “uso racional” da gasolina, ligando o subsídio do combustível a uma identidade emitida pelo partido governista; e aumentar os impostos para importação de bens de capital.
Maduro disse que o programa de recuperação deve mostrar “os primeiros sinais da nova prosperidade” em dois anos. Analistas, porém, indicam que o plano é “insuficiente”, principalmente, porque não conta com ajuda financeira internacional.
O presidente insistiu que a “Venezuela tem tudo para ser uma potência média no contexto latino-americano” e ratificou que seu governo tem como meta elevar a produção de petróleo, motor da economia da nação, para 6 milhões de barris por dia.
Segundo o último relatório da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP), elaborado a partir de fontes secundárias, a Venezuela bombeia apenas 1,39 milhão de barris diários. O governo, por outro lado, indica que sua produção média durante o primeiro semestre de 2018 foi de 1,57 milhão barris por dia.
(Com EFE)