Macron para Trump: ‘Torne nosso planeta grande outra vez’
O presidente da França provocou o americano em um vídeo que reafirma a importância do combate às mudanças climáticas
A decisão de Donald Trump de retirar os Estados Unidos do Acordo de Paris já motivou a condenação de vários líderes europeus e mundiais, mas foi o presidente francês Emmanuel Macron quem levou as críticas mais longe. Além de comentar sobre o assunto em uma coletiva de imprensa, o líder recém-eleito publicou em seu Twitter um vídeo de três minutos em que defende que é urgente “Tornar o Nosso Planeta Grande Outra Vez” (“Make Our Planet Great Again”).
O título da mensagem é uma clara alusão ao chavão usado por Trump em sua campanha eleitoral: “Tornar os EUA grande de novo” (“Make America Great Again”). No vídeo, Macron lembra que as alterações climáticas “já estão a mudar o nosso dia a dia” e que “todas as pessoas vão ser afetadas”.
“Se não fizermos nada, as nossas crianças vão conhecer um mundo de migrações, de guerras e de escassez. Um mundo perigoso”, diz Macron, que em inglês encerra a mensagem dizendo que “todos nós partilhamos a mesma responsabilidade. Tornar o nosso planeta grande outra vez”.
Em coletiva de imprensa, Macron revelou ter conversado com Trump ao telefone após o anúncio de retirada dos EUA do Acordo de Paris. “Respeito esta decisão, mas penso que é um erro para os Estados Unidos e para o nosso planeta”, afirmou o francês. “Esta noite, quero dizer aos Estados Unidos que a França acredita em vocês. O mundo acredita em vocês”, disse ainda, frisando que sua nação não vai deixar de “lutar” contra o aquecimento global.
Além de Macron, outros líderes mundiais condenaram a decisão americana. A chanceler da Alemanha, Angela Merkel, lamentou a saída dos Estados Unidos do acordo e afirmou que vai “continuar trabalhando para salvar nossa Terra”.
No Brasil, os Ministérios das Relações Exteriores e do Meio Ambiente divulgaram uma nota conjunta em que afirmam que “o governo brasileiro recebeu com profunda preocupação e decepção o anúncio”. O comunicado aponta preocupação com o impacto negativo da decisão na cooperação mundial em desafios globais e reafirma o compromisso do pais.
O ex-presidente Barack Obama, que ajudou a mediar o pacto, divulgou uma declaração em que diz os Estados Unidos se juntam a “um pequeno punhado de nações que rejeitam o futuro”, mas diz afirma estar confiante de que “nossos estados, cidades e empresas vão intensificar e fazer ainda mais para liderar o caminho e ajudar a proteger as gerações futuras do planeta que temos”.
O porta-voz da ONU, Stephane Dujarric, afirmou que a decisão de Trump é “uma grande decepção para os esforços globais para reduzir as emissões de gases de efeito estufa e promover a segurança global”.