Macron e Trump se encontram em meio às crescentes discordâncias sobre guerra na Ucrânia
Autoridades ucranianas e europeias se mostraram abaladas nas últimas semanas com abordagem cordial de Trump com o presidente russo

Primeiro líder europeu a visitar Donald Trump desde sua posse como presidente dos Estados Unidos, o presidente francês, Emmanuel Macron, foi recebido pelo homólogo americano na Casa Branca nesta segunda-feira, 24, em meio às crescentes incertezas e discordâncias sobre o futuro da guerra na Ucrânia, que completa três anos.
O encontro entre os dois pela manhã durou cerca de uma hora e 45 minutos, incluindo uma participação de ambos os líderes por videoconferência de uma reunião do G7 sobre a Ucrânia. Pela tarde, os dois têm outra reunião e vão fazer um discurso conjunto.
Macron, ao deixar a Casa Branca para caminhar de volta à residência de hóspedes da Blair House, disse que a recepção de Trump foi “muito boa, muito amigável”.
Apesar da fala, autoridades ucranianas e europeias se mostraram abaladas nas últimas semanas com a abordagem cordial de Trump com o presidente russo, Vladimir Putin, e sua troca de insultos com o ucraniano Volodymyr Zelensky.
Nos últimos dias, o presidente americano chamou o ucraniano de “ditador”, sugeriu que a Ucrânia é a culpada pela guerra e encerrou os três anos de isolamento diplomático do líder russo ao abrir negociações com Moscou. Autoridades dos Estados Unidos também indicaram a Kiev a adesão à Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) e um retorno às fronteiras pré-invasão (a Rússia ocupa quase 20% do território do país) seriam “irrealistas”, essencialmente aderindo aos termos de Putin para o fim do conflito.
Trump, ansioso para transferir o fardo de apoiar a Ucrânia para a Europa, tenta cumprir sua promessa de campanha de acabar com a guerra o mais rápido possível. Mas a chefe da diplomacia da União Europeia, Kaja Kallas, insistiu que os Estados Unidos não podem fechar nenhum acordo de paz para acabar com a guerra sem que a Ucrânia ou a Europa estejam envolvidas. Ela criticou as “posições pró-Rússia” assumidas pelo governo americano.
O giro de 180 graus na política de Washington disparou alarmes no velho continente, onde os governos temem ser marginalizados pelos americanos nos esforços para chegar a um acordo de paz. Também estão pensando em como podem compensar possíveis cortes na ajuda militar e financeira dos Estados Unidos para a Ucrânia. s mudança também colocou pressão na histórica aliança transatlântica.