Macri diz que irá à Tribunal Penal Internacional por situação na Venezuela
Presidente argentino quer medidas mais eficientes contra crimes do governo de Nicolás Maduro
O presidente da Argentina, Mauricio Macri, planeja denunciar o governo da Venezuela ao Tribunal Penal Internacional (TPI) em Haia pelos supostos crimes contra a humanidade cometidos pelo governo de Nicolás Maduro.
Em entrevista à emissora americana CNN, Macri disse que pretende denunciar o governo do presidente socialista “nas próximas semanas” e que tem o apoio de seus colegas da Colômbia, do Chile e do Paraguai.
“Para mim não existe dúvida: na Venezuela, os direitos humanos são violados sistematicamente passando-se por cima da oposição e de todos. Existe uma sensação crescente de que precisamos adotar uma ação mais vigorosa”, disse ele.
“Maduro não mudou nada. Não estou otimista, no curto prazo, com o que acontecerá na Venezuela”, acrescentou Macri, admitindo que as medidas adotadas até agora por diversos países latino-americanos com relação à Venezuela tiveram poucos efeitos.
Os comentários de Macri coincidem com o anúncio por Maduro de um novo pacote de medidas para reduzir a inflação, que inclui o corte de cinco zeros da moeda local, apelidada de bolívar soberano.
A partir de agora, a população terá que fazer algumas contas para realizar transações simples, como pagar o supermercado. Uma conta que antes dava 173 mil bolívares, passa a custar 1,73 bolívar soberano.
Dezenas de milhares de venezuelanos estão fugindo para países vizinhos, o que provocou manifestações anti-imigração no Brasil e levou Equador e Peru a adotarem ações para reforçar suas fronteiras.
O escritório de direitos humanos da Organização das Nações Unidas (ONU) já enviou um relatório sobre a Venezuela ao TPI, cujo procurador iniciou um inquérito preliminar sobre possíveis violações em fevereiro.
O relatório indica que forças de segurança venezuelanas são suspeitas de matar centenas de manifestantes e supostos criminosos desde 2015 aproveitando a imunidade de processos, o que indica que o Estado de Direito está “virtualmente ausente” no país-membro da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep).
(Com EFE e Reuters)