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Lula reclama de vazamento de conversa entre Janja e Xi Jinping: ‘Confidencial’

Primeira-dama teria questionado o presidente chinês sobre o favorecimento do TikTok a perfis da direita brasileira

Por Sara Salbert SEGUIR SEGUINDO 14 Maio 2025, 11h00

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva em visita à China. 13/05/2025 (Tingshu Wang/AFP)

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva criticou nesta terça-feira, 13, o vazamento de uma pergunta sobre TikTok feita pela primeira-dama, Janja da Silva, ao presidente da China, Xi Jinping, durante um jantar oficial em Pequim.

Janja questionou o presidente chinês sobre o favorecimento da rede social a perfis da direita brasileira em uma conversa que, segundo Lula, era pra ser “muito confidencial” e restrita aos participantes da comitiva.

“Eu acho estranho como essa pergunta chegou à imprensa, porque estavam só meus ministros lá. Alguém teve a pachorra de ligar e contar uma conversa que aconteceu durante o jantar, algo muito confidencial e pessoal. E, depois, fui eu quem fez a pergunta, não foi a Janja”, disse Lula. Segundo o presidente, além das autoridades chinesas, só estiveram presentes no encontro seus ministros, o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), e o deputado Elmar Nascimento (União-BA).

O presidente ainda afirmou que Janja tem liberdade para falar em eventos porque “não é cidadã de segunda classe”. Sobre o contexto da fala da primeira-dama, Lula explicou que havia acabado de pedir ao presidente chinês para colaborar em conversas oficiais entre Brasil e China sobre regulação digital.

“Fiz uma pergunta ao companheiro Xi Jinping, se era possível enviar para o Brasil uma pessoa da confiança dele para discutir a questão digital e, sobretudo, o TikTok”, disse o presidente. Nesse momento, Janja teria pedido a palavra para alertar que o algoritmo da rede chinesa favorece ataques a mulheres e crianças brasileiras.

Questionado sobre a repercussão do episódio, que teria gerado desconforto até entre integrantes da comitiva do governo, Lula minimizou o incidente e disse que os ministros que se incomodaram deveriam ter levado a questão diretamente a ele. “Eu vi na matéria que um ministro estava incomodado. Se um ministro estivesse incomodado, ele deveria ter me procurado e pedido para sair. Eu autorizaria a sair de lá”, afirmou ele.