Lula diz que América Latina sofre ‘ameaça de uso da força militar’, mas não cita EUA ou Trump
Com Venezuela na mira dos americanos, o presidente brasileiro critica combate ao crime que viola o direito internacional
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse, sem citar os Estados Unidos ou o presidente americano Donald Trump, que “a ameaça de uso da força militar voltou a fazer parte do cotidiano da América Latina e Caribe”, durante seu discurso na cúpula da Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac) e da União Europeia, neste domingo, 9. O governo Trump intensificou sua presença militar na costa do Caribe e da Venezuela, inclusive tendo bombardeado embarcações na região, sob a justificativa de combate ao narcotráfico.
“Velhas manobras retóricas são recicladas para justiçar intervenções ilegais. Somos uma região de paz e queremos permanecer em paz. Democracias não combatem o crime violando o direito internacional”, disse Lula no evento deste domingo, que ocorre na cidade de Santa Maria, na Colômbia. A ausência de menção direta aos Estados Unidos e a Trump acontece em meio às negociações comerciais com os norte-americanos acerca do tarifaço contra o Brasil.
“O alcance transnacional do crime coloca à prova nossa capacidade de cooperação. Nenhum país pode enfrentar esse desafio isoladamente”, disse Lula após criticar o que chamou de intervenções externas ilegais na América Latina. “Ações coordenadas, intercâmbio de informações e operações conjuntas são fundamentais para que a gente consiga vencer”, concluiu.
Lula também argumentou que “não existe solução mágica para acabar com a criminalidade”. Menos de duas semanas após a operação policial da história do Brasil, que culminou na morte de 121 pessoas em favelas da Zona Norte do Rio de Janeiro, o presidente brasileiro defendeu que os governos devem “reprimir o crime organizado e suas lideranças, estrangulando seu financiamento e rastreando e eliminando o tráfico de armas”.
O petista e diversos chefes de estado latino-americanos e europeus embarcaram para a Colômbia após participar da Cúpula de Líderes da COP30, a conferência climática das Nações Unidas (ONU) sediada em Belém (PA). Uma das principais propostas bancadas pelo Brasil na conferência é o Fundo Florestas Tropicais para Sempre (TFFF, na sigla em inglês). Lula aproveitou seu discurso na cúpula da Celac para promover a iniciativa mais uma vez: “(O fundo) é uma solução inovadora para que nossas florestas valham mais em pé do que derrubadas”.
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