Líderes da Otan concordam em aumentar gastos militares, em vitória para Trump
Líderes da aliança militar aprovaram salto de 2% para 5% do PIB em seus gastos com defesa até 2035

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou nesta quarta-feira, 25, que a decisão da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) de aumentar gastos militares para 5% é uma “grande vitória para todos”, após intensa pressão da Casa Branca, responsável por 62% dos gastos totais do ano passado.
“Há vários anos venho pedindo para aumentar a taxa para 5%, e eles (os países membros) estão subindo de 2% para 5%, e muita gente nem pagava os 2%”, disse Trump na reunião da cúpula da Otan em Haia. “É uma grande vitória para todos. Acredito que em breve estaremos equalizados, e é assim que deve ser”.
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Na terça-feira, o representante permanente dos Estados Unidos na maior aliança militar ocidental, Matthew Whittaker, já havia dito que a Europa precisa ser responsável pela sua própria segurança, mesmo com garantias de que Washington “não vai a lugar nenhum”.
O anúncio oficial do novo compromisso foi feito em Haia, na Holanda, nesta quarta-feira. A medida já havia sido adiantada um dia antes pelo secretário-geral da Otan, Mark Rutte, que, ao abrir a sessão plenária para os 32 líderes em Haia, elogiou Trump por pressionar os países da organização a aumentarem seus gastos.
“Dada a nossa ameaça de longo prazo da Rússia, mas também o enorme aumento militar na China, e o fato de que Coreia do Norte, China e Irã estão apoiando o esforço de guerra na Ucrânia, é realmente importante gastarmos mais”, disse Rutte, acrescentando que “sem o presidente Trump isso não teria acontecido”.
Os líderes também ressaltaram seu “compromisso inabalável” com a garantia de segurança coletiva da Otan — “que um ataque a um é um ataque a todos”. Antes da cúpula, Trump havia levantado dúvidas sobre se os Estados Unidos defenderiam seus aliados.
O novo valor de 5% será dividido entre 3,5% para os gastos militares básicos, como compras de armas e salários das Forças Armadas, e 1,5% para infraestrutura, inteligência, segurança cibernética e outros gastos dos aliados.
A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, declarou que “a Europa finalmente acordou militarmente” diante das ameaças da Rússia.
Embora todos os membros tenham apoiado a declaração, a Espanha afirmou que não precisa atingir a meta e pode cumprir seus compromissos gastando menos. Rutte contesta isso, mas aceitou um acordo diplomático com o primeiro-ministro espanhol, Pedro Sánchez, como parte de seus esforços para dar a Trump uma vitória diplomática e fazer com que a cúpula ocorresse sem problemas.