Líder supremo do Irã comanda orações no funeral do presidente Raisi
Cerimônia para homenagear Ebrahim Raisi atraiu milhares de pessoas às ruas de Teerã, incluindo chefes de Estado e o líder do Hamas
O líder supremo do Irã, aiatolá Ali Khamenei, comandou as orações nesta quarta-feira, 22, no funeral do presidente Ebrahim Raisi, do ministro das Relações Exteriores, Hossein Amirabdollahian, e das outras pessoas que morreram em um acidente de helicóptero no último domingo.
Milhares de pessoas foram às ruas no Teerã para participar do funeral, onde os caixões estavam envoltos em bandeiras iranianas e se deslocavam em cima de caminhões. O enterro acontecerá nesta quinta-feira, 23, em Mashhad, cidade natal de Raisi.
“Oh, Alá, não vimos nada além de bom nele”, disse o aiatolá Khamenei se referindo a Raisi.
Mais de 40 delegações estrangeiras, incluindo chefes de Estado e seus representantes, participaram do funeral, segundo a agência de notícias semi-oficial iraniana Fars. O líder do Hamas, aliado do Irã, Ismail Haniyeh, e o vice-chefe do grupo militante libanês Hezbollah, Naim Qassem, também compareceram ao funeral no Teerã.
“Estou aqui em nome do povo palestino, em nome dos grupos de resistência de Gaza, para expressar as nossas condolências”, disse Haniyeh.
O Irã proclamou cinco dias de luto pelas mortes e as autoridades fizeram alertas contra manifestações durante o funeral.
Eleições antecipadas
Com a morte do presidente iraniano, o vice-presidente, Mohammad Mokhber, assumiu o cargo como interino enquanto o regime clerical se apressa para organizar as eleições para substituir Raisi, que acontecerão no dia 28 de junho.
O crescente descontentamento popular em relação às eleições devido a crise econômica preocupa a liderança do país, que utiliza a participação eleitoral para comprovar a credibilidade da República Islâmica de 45 anos. As últimas eleições presidenciais, em 2021, que levaram Raisi ao poder, tiveram um recorde de abstenção, com apenas 48% de participação dos eleitores.
“As pessoas estão extremamente insatisfeitas com o estado da economia, muitas outras estão furiosas com as restrições sociais e a falta de opções eleitorais pode resultar numa baixa participação”, afirmou um antigo funcionário iraniano à agência de notícias Reuters, sob condição de anonimato.