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Líder supremo do Irã diz que negociações nucleares com EUA têm poucas chances de sucesso

Aiatolá Ali Khamenei acusa Washington de impor exigências 'absurdas' e mantém posição firme sobre enriquecimento de urânio

Por Júlia Sofia Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO 20 Maio 2025, 16h39

O líder supremo do Irã, aiatolá Ali Khamenei, afirmou nesta terça-feira, 20, que não espera que negociações com os Estados Unidos em torno do programa nuclear iraniano “cheguem a uma conclusão”. Segundo ele, as exigências de Washington são “um grande erro” e tornam inviável qualquer avanço diplomático.

“Durante o governo (do ex-presidente Ebrahim) Raisi também houve negociações indiretas, que não levaram a lugar algum. Agora, também duvidamos que se chegue a algum resultado”, declarou o aiatolá em um comunicado.

O principal ponto de impasse continua sendo o enriquecimento de urânio — processo essencial para fins civis, como geração de energia, mas que pode ser desviado para a produção de armas nucleares quando atinge níveis mais altos de pureza. Teerã insiste que esse direito é garantido pelo Tratado de Não Proliferação Nuclear (TNP) e o considera inegociável.

Do lado americano, a posição também endureceu. Steve Witkoff, enviado especial do presidente Donald Trump ao Oriente Médio, afirmou à emissora americana ABC que os Estados Unidos “não podem permitir nem 1% de capacidade de enriquecimento” em território iraniano. Ainda assim, disse ter apresentado uma proposta alternativa que “busca abordar essa questão sem desrespeitar os iranianos”.

As declarações de Khamenei ocorrem poucos dias após a retomada das conversas diplomáticas no Omã, no início do mês. Segundo o Ministério das Relações Exteriores do Irã, os encontros têm sido “difíceis” e uma nova rodada de negociações pode ocorrer ainda esta semana na Europa, embora não haja confirmação oficial de local ou data.

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Desde que Trump retirou unilateralmente os EUA do acordo nuclear de 2015, durante seu primeiro mandato, os EUA reimpuseram duras sanções ao Irã. Em resposta, Teerã aumentou a produção de urânio acima dos limites permitidos e passou a condicionar qualquer retorno ao pacto à suspensão das punições econômicas. O país nega que tenha a intenção de desenvolver armas nucleares e afirma que seu programa é exclusivamente pacífico.

O avanço do programa nuclear iraniano, no entanto, tem alarmado a comunidade internacional. De acordo com a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), o país já acumula cerca de 200 quilos de urânio enriquecido a até 60%, quantidade suficiente para produzir até quatro armas nucleares, dependendo do nível de pureza. “Eles estão pisando no acelerador”, alertou Rafael Grossi, diretor da AIEA, durante o Fórum Econômico Mundial em Davos.

Com a escalada na tensão, as ameaças militares voltaram a crescer. Trump prometeu bombardear instalações iranianas caso as negociações fracassem. A ameaça norte-americana resgata o clima de hostilidade de 2020, quando os EUA assassinaram o general iraniano Qasem Soleimani e quase deflagraram uma guerra no Oriente Médio.

Apesar do aumento da pressão, tanto Washington quanto Teerã continuam afirmando que ainda apostam na via diplomática. Mas, diante da rigidez de ambas as partes, o sucesso das negociações parece cada vez mais distante.

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