Líder do Hamas diz que nunca reconhecerá Israel
Khaled Meshaal discursa para multidão em Gaza nos 25 anos do grupo terrorista. 'Não haverá concessão de um milímetro de terra', disse ele
Em sua primeira visita à Faixa de Gaza, o líder do Hamas, Khaled Meshaal, disse neste sábado que o grupo terrorista nunca reconhecerá Israel nem abandonará sua reivindicação de todo o território israelense. “A Palestina é nossa do rio para o mar e do sul para o norte. Não haverá concessão um milímetro de terra”, disse ele diante de uma multidão.
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Meshaal, que vive no exílio, está em Gaza para participar dos atos que lembram os 25 anos do Hamas e deve permanecer em território palestino até a segunda-feira. De acordo com o grupo, mais de 500.000 pessoas se reuniram neste sábado para ouvir seu discurso. “Nunca vamos reconhecer a legitimidade da ocupação israelense e, portanto, não há legitimidade para Israel”.
O líder do Hamas prometeu ainda libertar prisioneiros palestinos detidos em Israel, indicando que militantes islâmicos tentariam sequestrar soldados israelenses para usá-los como moeda de troca. Há cerca de um ano, Israel libertou 1.027 palestinos em troca de Gilad Shalit, soldado capturado por terroristas palestinos em 2006 e mantido em cativeiro por mais de cinco anos em Gaza. Milhares de prisioneiros palestinos ainda permanecem em Israel.
“Nós não vamos descansar até libertarmos os prisioneiros. A maneira que libertamos alguns dos prisioneiros no passado é o caminho que vamos usar para libertar os prisioneiros restantes”, disse Meshaal, sob aplausos.
Em seu discurso, o líder defendeu também a unidade das distintas facções palestinas para lutar contra a ocupação israelense e estendeu a mão ao seu rival, o Fatah, liderado pelo presidente Mahmoud Abbas, que governa na Cisjordânia. “É hora de virar a página da divisão e abrir uma nova página de unidade palestina. Convidamos Abbas e a Autoridade Nacional Palestina para acabar de com essa divisão.”
Meshaal anunciou que, em breve, chegará uma proposta do Egito para articular essa reconciliação e louvou o avanço diplomático alcançado recentemente por Abbas nas Nações Unidas, que elevou status palestino para o de estado observador. “Esse é um passo pequeno, mas muito importante, no caminho da defesa dos direitos do povo palestino”, afirmou Mershaal.
O quarto de século do nascimento do grupo Hamas foi completado no dia 14, mas está sendo marcado neste sábado por coincidir com o 25º aniversário do início da Primeira Intifada. Segundo estimativas, mais de 2.500 seguidores chegaram de outros países para participar do evento. Muitos procedem de nações como Egito, Catar, Barein, Jordânia, Arábia Saudita, Líbano, Marrocos, Argélia, Tunísia, Indonésia e outros países árabes ou islâmicos.
(Com agência Reuters e EFE)
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