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Líder da oposição propõe ‘salvo-conduto’ para Maduro deixar poder na Venezuela

María Corina Machado pede negociação para 'transição democrática' em meio a acusações de fraude nas eleições, que regime diz ter dado vitória ao ditador

Por Da Redação
Atualizado em 10 ago 2024, 19h51 - Publicado em 9 ago 2024, 13h29

A líder da oposição venezuelana, María Corina Machado, propôs ao líder do país, Nicolás Madurouma “negociação para a transição democrática”, que “inclui garantias, salvo-condutos e incentivos” para que o chavista deixe o poder na Venezuela em meio a acusações de fraude nas eleições, informou a agência de notícias AFP nesta sexta-feira, 9.

Escondida desde a semana passada por medo das forças de repressão do regime de Maduro, Corina respondeu à distância a perguntas enviadas pela AFP, afirmando que a oposição está determinada em avançar num processo de negociação. “Será um processo de transição complexo, delicado, no qual vamos unir toda a nação”, disse ela.

Corina disse que Maduro “perdeu completamente a legitimidade”, insistindo que o candidato apoiado por elaEdmundo Gozález Urrutia, venceu as eleições com 67% dos votos. Na semana passada, a coalizão que desafiou o regime nas urnas publicou um portal onde foram disponibilizados os boletins de urna com os resultados das eleições presidenciais, no intuito de comprovar a vitória da oposição.

“Todos os venezuelanos e o mundo sabem que Edmundo Gonzalez ganhou de forma esmagadora e que Maduro pretende impor a maior fraude da história deste país. Mas ele não vai conseguir”, afirmou ela. “Em 10 de janeiro (de 2025, dia da posse), a Venezuela terá em Edmundo González Urrutia seu novo presidente e seu novo comandante-em-chefe”.

González também não fez nenhuma aparição pública desde a semana passada. Segundo Corina, o candidato da oposição “está trabalhando duro todos os minutos do dia para conseguir maiores apoios e avançar nos processos necessários dentro e fora do país para fazer valer sua eleição como presidente.”

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Apoio internacional

A líder da oposição afirmou que “as forças internacionais são corresponsáveis pelo que está acontecendo na Venezuela”, pedindo apoio de todos os países contra a suposta fraude nas eleições. 

“É hora de todos os governos do mundo elevarem sua voz contra a repressão e reconhecerem a vitória de Edmundo González no domingo, 28 de julho, e ao mesmo tempo fazerem Maduro entender que sua melhor opção é uma transição negociada”, completou.

O resultado das eleições foi questionado pelos Estados Unidos, pela União Europeia e por vários países da América Latina. Argentina, Chile, Costa Rica, Peru, Panamá, República Dominicana e Uruguai chegaram a acusar Maduro de fraudar sua reeleição e tiveram suas equipes diplomáticas expulsas da Venezuela.

Postura do governo Lula

Já o Brasil não reconheceu a reeleição, mas não denunciou irregularidades. O presidente Lula, responsável por tirar Maduro do ostracismo internacional e lhe passar a mão na cabeça perante seguidas barbaridades, tentou fazer vistas grossas ao escândalo evidente. Ao contrário dos venezuelanos em peso e da maior parte da comunidade global, ele não viu “nada de grave, nada de assustador” no processo eleitoral. Declarou ainda que bastava a apresentação das atas de votação para acabar com a “briga” e sugeriu que a oposição fosse reclamar à Justiça venezuelana — que, como sabe, é controlada com mão de ferro por Maduro.

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A postura foi de encontro até à posição de Celso Amorim, assessor especial enviado a Caracas por Lula para monitorar o processo. Amorim afirmou a VEJA que “ainda é cedo” para reconhecer os resultados. Só quem deu parabéns ao ditador venezuelano foram autocratas com quem o presidente Lula costuma confraternizar na arena global, como Vladimir Putin, da Rússia, Xi Jinping, da China, e Miguel Díaz-Canel, de Cuba.

O PT foi ainda mais explícito no apoio cego e precipitado: em nota, a executiva nacional do partido tratou o venezuelano como legitimamente reeleito, de forma “democrática e soberana”.

Apesar do posicionamento de Lula, o Itamaraty, honrando mais uma vez sua história, portou-se de forma equilibrada e profissional. A orientação dada à embaixadora na Venezuela, Glivânia Maria de Oliveira, foi a de não comparecer a uma reunião convocada por Maduro para cantar vitória e de insistir para que o Conselho Nacional Eleitoral (CNE), órgão controlado pelo chavismo, comprove a legitimidade da eleição.

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