Letônia faz guia para cidadãos identificarem espiões russos; veja os comportamentos
Documento publicado nesta semana se dá diante do agravamento das tensões entre Moscou e o Ocidente

Diante do agravamento das tensões entre Moscou e o Ocidente, o governo da Letônia divulgou um guia para orientar a população na identificação de possíveis espiões russos em seu território. Em um relatório anual, publicado nesta semana, o Serviço de Inteligência e Segurança de Defesa detalha comportamentos, aparências e atitudes que podem denunciar a presença de agentes infiltrados.
No manual recém-divulgado, o MIDD (sigla do serviço de defesa letão) recomenda que os cidadãos fiquem atentos a comportamentos fora do padrão. Entre as dicas estão prestar atenção a estrangeiros com “higiene duvidosa”, conversas invasivas, turistas aparentemente perdidos mas com uma quantidade incomum de equipamentos de sobrevivência, e até mesmo cortes de cabelo com estilo militar.
O objetivo é proteger infraestruturas críticas de ações de sabotagem, planejamento de assassinatos seletivos ou fomento à agitação.
O serviço de inteligência reconhece que, nos últimos anos, durante a guerra na Ucrânia, agentes russos aprimoraram habilidades de disfarce.
“A experiência ucraniana mostra que os serviços especiais russos são capazes de se adaptar ao ambiente e às circunstâncias em que grupos de reconhecimento e sabotagem são utilizados”, afirmou o MIDD. “Seus membros podem não corresponder visualmente ao perfil clássico de reconhecimento e sabotagem.”
O manual recomenda que qualquer suspeita seja imediatamente reportada às autoridades, desencorajando ações individuais ou vigilantes por parte da população.
Essa não é a primeira vez que a Letônia adota esse tipo de iniciativa. Em 2022, pouco após o início da invasão russa em larga escala à Ucrânia, o governo já havia lançado um alerta público sobre atividades suspeitas, embora em formato mais genérico.
Temor de sabotagem
Na quarta-feira, três cidadãos ucranianos foram detidos na Alemanha, acusados de planejar atentados a mando do governo russo. No ano passado, explosões sincronizadas em pacotes enviados da Lituânia para o Reino Unido, Alemanha e Polônia também geraram suspeitas de ação orquestrada por serviços secretos russos.
Com a Europa em alerta, casos de espionagem, incêndios criminosos, ataques cibernéticos e sabotagens a cabos submarinos estão sendo monitorados de perto. Moscou, por sua vez, nega qualquer envolvimento.