Lentidão para proibir petróleo russo enfraquece UE e ajuda Putin
Segundo a inteligência dos EUA, Putin está interessado na prolongação do conflito com a Ucrânia; negociações arrastadas são o que ele quer
A União Europeia, que tenta confrontar o presidente russo Vladimir Putin, ainda não conseguiu chegar a um acordo para proibir as importações de petróleo da Rússia.
As negociações em Bruxelas foram interrompidas porque a Hungria resistiu ao embargo contra o petróleo russo, dissolvendo a frente unida que o bloco tenta apresentar contra Moscou. Mesmo que a União Europeia nunca tenha sido mais unificada do que agora, a disputa com a Hungria pode beneficiar Putin.
Os líderes dos estados-membros já tenham aprovado cinco pacotes de sanções contra Moscou, mas é possível que a demora para decretar esta última e mais dura medida – que vai afetar fortemente a Rússia, mas também as próprias economias do bloco – contribua para um enfraquecimento da determinação ocidental, aumentando as chances de um conflito prolongado. Segundo a inteligência dos Estados Unidos, é isso que Putin quer.
“Putin provavelmente também julga que a Rússia tem maior capacidade e disposição para enfrentar desafios do que seus adversários”, disse o diretor de inteligência nacional dos Estados Unidos, Avril D. Haines, na terça-feira 10. “E ele provavelmente está contando com o enfraquecimento da determinação dos Estados Unidos e União Europeia à medida que a escassez de alimentos, a inflação e os preços da energia pioram”.
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Embora a Rússia pareça estar se aproximando de um de seus objetivos declarados, o controle da região de Donbas, no leste da Ucrânia, Haines disse que isso não satisfaria Putin nem acabaria com a guerra. Putin também tem projetos para um território que se estende por toda a costa ucraniana do Mar Negro – mas que é improvável que suas forças atinjam seus objetivos expansivos nas próximas semanas.
Nesta quarta-feira, 11, Sergey Lavrov, ministro das Relações Exteriores da Rússia, disse que Moscou tem compradores suficientes de seus recursos energéticos, já que a União Europeia considera proibir as importações de petróleo russo.
“Temos compradores suficientes de nossos recursos energéticos. Vamos trabalhar com eles e deixar o Ocidente pagar a eles muito mais do que pagou à Federação Russa, e depois explicar à sua população por que eles vão ficar mais pobres”, disse Lavrov.