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La Paz sofre de falta de alimentos e combustível com bloqueio de estradas

Manifestantes favoráveis ao ex-presidente Evo Morales fecharam vias em protesto contra o novo governo interino do país

Por Da redação
17 nov 2019, 18h06

A cidade de La Paz, na Bolívia, sofre com escassez de frango, ovos e combustível, enquanto apoiadores do ex-presidente Evo Morales seguem com bloqueios nas estradas do país em protesto contra o governo interino da senadora Jeanine Añez, que assumiu a presidência após a renúncia de Morales.

Com os protestos, caminhões e veículos que trazem alimentos, especialmente da região leste do país, estão bloqueados. O acesso à única central que distribui combustível a La Paz também está fechado pelos manifestantes, provocando uma escassez crescente que começou a afetar o transporte de veículos na cidade.

Segundo o jornal El Deber, outras cidades do país também sofrem com a falta de alguns alimentos por conta dos bloqueios. Em Cochabamba (centro), o principal mercado da cidade sofre com escassez de verduras, legumes e carnes.

Oruro, ao sul da capital, também registra falta de carne bovina. Em Potosí, no centro-sul do país, o preço de alguns alimentos, como a batata, já sofre alterações.

Autoridades disseram que um avião militar aterrissou na capital La Paz no sábado 16, carregado com 35 toneladas de carne contornando as barricadas nas estradas nas saídas da cidade. O ministro da Presidência, Jerjes Justiniano, que outras 25 toneladas de frango devem chegar nos próximos dias.

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Justiniano disse a repórteres que o governo estabeleceu uma “ponte aérea” para La Paz. Ele afirmou também que as autoridades esperam fazer o mesmo com outras grandes cidades bolivianas que foram isoladas de suprimentos.

Mas a pressão contra as novas autoridades se mantém. O principal foco do conflito no país é Cochabamba (centro), onde na sexta-feira 15 camponeses cultivadores de coca entraram em confronto com o Exército e a Polícia, deixando nove mortos, segundo a Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH), que elevou a 23 o número de vítimas em um mês de confrontos.

Seis sindicatos de cultivadores de coca de Chapare, reduto de Morales, exigiram na noite de sábado “a renúncia da autoproclamada presidente de facto Jeanine Áñez Chávez em um prazo de 48 horas”.

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Entre outros nove pontos, os cocaleiros, que se se mantinham estacionados em Sacaba neste sábado, pediram ao Legislativo a aprovação de uma lei “que garanta eleições nacionais em um prazo de 90 dias”.

Uma associação de moradores de El Alto aprovou também “um cerco à cidade de La Paz” a partir de segunda para forçar “a renúncia imediada” de Áñez, qualificando sua nomeação como ilegal.

Apesar desses pronunciamentos, legisladores do Movimento Ao Socialismo (MAS, de Morales), que têm a maioria no Congresso bicameral, convocaram uma reunião com as bancadas minoritárias na segunda-feira.

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O propósito da reunião é “debater sobre a conjuntura política” na perspectiva de “pacificar este país”, disse a deputada do MAS, Betty Yañíquez. “O MAS quer trabalhar em harmonia”, afirmou à imprensa.

Dezenas de pessoas se reuniram na noite de sábado em um bairro de El Alto, cidade vizinha a La Paz, com lenços brancos pedindo paz.

(Com AFP)

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