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Kremlin diz que Biden ‘joga lenha na fogueira’ da guerra na Ucrânia

Moscou promete resposta dura à autorização dos EUA para que Kiev use mísseis americanos de longo alcance contra território da Rússia

Por Da Redação Atualizado em 18 nov 2024, 16h22 - Publicado em 18 nov 2024, 15h52

O Kremlin acusou o governo de Joe Biden de “jogar lenha na fogueira” no conflito na Ucrânia ao permitir que Kiev use mísseis de longo alcance dos Estados Unidos para atacar alvos dentro do território russo. Em declaração nesta segunda-feira, 18, Dmitry Peskov, porta-voz do presidente Vladimir Putin, afirmou que, se confirmada a decisão, ela representaria o envolvimento direto de Washington no conflito. O governo russo prometeu uma resposta, embora não tenha especificado qual.

A decisão, divulgada pela agência de notícias Reuters e pelo jornal americano The New York Times no domingo, 17, atende a um pedido do presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, que há meses pressiona Washington para autorizar o uso dos mísseis ATACMS, com alcance de até 300 quilômetros, em ataques contra alvos russos. Embora a Casa Branca ainda não tenha confirmado oficialmente a medida, Peskov alertou que, caso seja implementada, ela marcará “uma nova rodada de tensões” e implicará no envolvimento direto da Otan na guerra contra a Rússia.

Em setembro, Putin já havia advertido sobre as consequências de tal medida. Na ocasião, ele afirmou que o fornecimento de armas de longo alcance à Ucrânia resultaria em uma guerra direta entre a Otan e a Rússia. Putin também sugeriu que, caso o Ocidente decidisse enviar tais armamentos, Moscou poderia fornecer armas de longo alcance a outros países com o objetivo de atacar alvos ocidentais.

Autoridades russas, incluindo o líder ultranacionalista Leonid Slutsky, afirmaram que a participação dos EUA no conflito se tornaria “inevitável” caso a decisão de Biden seja confirmada, o que, segundo eles, levaria a uma resposta mais dura por parte de Moscou. Dmitry Kiselyov, propagandista russo, também se pronunciou sobre o assunto, dizendo que a resposta de Moscou poderia ser “qualquer coisa”.

Enquanto isso, a Rússia se mantém firme em sua postura de defender seus territórios. O Kremlin rejeitou uma proposta de paz do presidente turco, Recep Tayyip Erdoğan, que seria apresentada na cúpula do G20 no Brasil. A proposta sugeria o congelamento das hostilidades nas posições atuais de ambas as partes, algo que Moscou considera inaceitável. Peskov afirmou que as exigências de Putin para o fim do conflito permanecem as mesmas, incluindo a retirada das tropas ucranianas das regiões que a Rússia diz ter anexado e o fim do projeto de Kiev para a adesão à Otan.

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Reações políticas

Apesar das ameaças russas, aliados ocidentais, como a União Europeia, elogiaram a medida, defendendo que a Ucrânia deve ter acesso a todas as armas necessárias para defender seu território. O diplomata-chefe da UE, Josep Borrell, afirmou que a decisão dos EUA era “essencial” para garantir que a Ucrânia pudesse retaliar efetivamente.

Alemanha e França, além de outros países ocidentais, como Reino Unido, ainda estão avaliando suas posições sobre o envio de mísseis de longo alcance à Ucrânia. A Alemanha, por exemplo, manteve sua decisão de não fornecer mísseis Taurus, enquanto a França disse que ainda está considerando a possibilidade de enviar mísseis Scalp.

Nos Estados Unidos, a decisão de Biden também gerou reações. Donald Jr., filho do presidente eleito, criticou a medida em sua rede social, sugerindo que o “complexo industrial militar” estaria tentando iniciar uma guerra mundial antes que seu pai pudesse assumir a presidência. Elon Musk, também aliado de Trump, comentou que a Rússia “responderia reciprocamente” à aprovação dos EUA, ampliando ainda mais as tensões globais.

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