Conselho de Segurança da ONU marca reunião emergencial sobre Síria
Encontro ocorre nesta segunda-feira a pedido da Rússia, que confirmou concessão de asilo político a Bashar al-Assad após regime sírio ser derrubado por rebeldes

O Conselho de Segurança das Nações Unidas marcou uma reunião emergencial para esta segunda-feira, 9, com objetivo de discutir os últimos acontecimentos na Síria e o futuro do país após a queda do regime de Bashar al-Assad. O encontro foi solicitado pela Rússia, que confirmou ter concedido asilo político ao ex-presidente sírio.
As discussões entre os membros do Conselho de Segurança ocorrerão a portas fechadas. A reunião deve ocorrer às 17h, no horário de Brasília.
No domingo, Dmitry Polyanskiy, que é o primeiro representante permanente adjunto da Rússia na ONU, escreveu em seu canal no aplicativo de mensagens Telegram que Moscou havia solicitado a reunião urgente.
“Em conexão com os eventos recentes na Síria, cujas repercussões no país e na região mais ampla ainda precisam ser avaliadas, a Rússia solicitou consultas de emergência a portas fechadas no Conselho de Segurança”, disse ele.
Assad fugiu de seu país após rebeldes sírios derrubarem seu governo, encerrando quase 14 anos de guerra civil entre as forças do ditador e os jihadistas. Agora, porém, a Síria ficou dividida entre vários grupos armados, levantando preocupações sobre um potencial vácuo de segurança na região.
Asilo político
O Kremlin confirmou, nesta segunda-feira, 9, que a Rússia concedeu asilo político ao ex-presidente sírio Bashar al-Assad, uma decisão que foi tomada pessoalmente por Vladimir Putin. O porta-voz do governo, Dmitry Peskov, se recusou a fornecer detalhes sobre a localização atual do antigo líder da Síria e declarou que o presidente russo não tem planos de se encontrar com ele, por enquanto.
A Rússia, que apoiou o regime de Assad durante todo o conflito, iniciado na Primavera Árabe, com insumos militares e respaldo político, tem duas bases militares importantes em território sírio, incluindo seu único porto naval mediterrâneo, em Tartus. A concessão de asilo reflete o envolvimento contínuo de Moscou nos assuntos sírios e seu interesse na estabilidade futura do país.
Moscou, além de conceder asilo a Assad, disse que seus soldados na Síria estão em alerta máximo, mas que os rebeldes tinham “garantido” a segurança de suas bases militares no país.
O Irã, que também apoiava o regime de Assad, já abriu uma linha direta de comunicação com rebeldes dentro da nova liderança síria após a queda do ditador, na tentativa de “prevenir uma trajetória hostil” entre os dois países.