Kiev está ‘se preparando para o pior’, diz prefeito em meio a apagões
Intensificação de quedas de energia e escassez de água leva a temores de que civis tenham que deixar a capital ucraniana
O prefeito de Kiev, Vitali Klitschko, disse no domingo 6 que a capital ucraniana está se preparando para o pior dos cenários, no caso de novos ataques russos à infraestrutura da cidade que podem comprometer o fornecimento de eletricidade e água.
“Nossos inimigos estão fazendo de tudo para manter a cidade sem aquecimento, eletricidade e abastecimento de água e, em geral, querem que todos morram. Esta é a tarefa deles. E o quão bem vamos resistir depende de quão bem estamos preparados para diferentes cenários… é por isso que precisamos estar preparados”, disse Klitschko.
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“Isso não é uma guerra, isso é terrorismo, isso é genocídio”, completou.
O prefeito da cidade incentivou a população a procurar família e amigos fora de Kiev se a cidade ficar sem eletricidade ou água.
“Se você tem família extensa – isso é se considerarmos o pior caso, se ficarmos sem eletricidade e abastecimento de água – ou amigos fora de Kiev, onde há abastecimento autônomo de água e aquecimento, lembre-se da possibilidade de ficar lá por um certo tempo”, disse o prefeito.
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A empresa estatal de energia da Ucrânia, Ukrenergo, disse nesta segunda-feira, 7, que o país estaria sujeito a novos cortes de energia, programados e não programados, devido a danos causados pelos recentes ataques russos à infraestrutura.
As interrupções programadas ocorrerão ao longo do dia na cidade de Kiev e nas regiões de Chernihiv, Cherkasy, Zhytomyr, Sumy, Kharkiv e Poltava.
Nas últimas semanas, a Rússia tem se concentrado em atacar infraestruturas essenciais da Ucrânia, danificando sua rede elétrica e forçando muitas cidades em todo o país a impor apagões programados que duram horas.
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O diretor do Departamento de Segurança Municipal de Kiev, Roman Tkachuk, disse no domingo que todos os planos de ação possíveis estão sendo considerados em caso de emergência, mas ainda não havia planos para retirar civis da cidade.
Tkachuk afirmou que cada distrito da capital terá cerca de 100 centros de aquecimento para operar em caso de emergência no inverno. Esses centros de aquecimento serão equipados com iluminação, banheiros, cantinas, locais para descanso, roupas quentes, cobertores e uma equipe médica de plantão.
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“O sistema de proteção civil deve estar pronto para vários cenários, mas isso não significa que estamos nos preparando para a retirada de civis. Para responder com eficiência, devemos ter um plano para todos os cenários possíveis”, disse Tkachuk.