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Jornalista americano é acusado formalmente de espionagem na Rússia

Agências de notícias russas informaram que o repórter Evan Gershkovich negou as acusações

Por Da Redação
7 abr 2023, 15h20

O repórter do jornal americano Wall Street Journal, Evan Gershkovich, detido na semana passada na Rússia, foi indiciado por espionagem em território russo nesta sexta-feira, 7, acusação na qual o jornalista nega, informaram as agências de notícias russas Tass e Interfax.

Segundo uma fonte da polícia, o Serviço Federal de Segurança da Rússia (FSB), acusou oficialmente o jornalista americano, que pode ficar até 20 anos de cadeia. 

“A investigação do FSB acusou Gershkovich de espionagem no interesse de seu país. Ele negou categoricamente todas as acusações e afirmou que estava envolvido em atividades jornalísticas na Rússia”, citou a fonte da Tass. 

Até o momento, os veículos russos não informaram de que forma Gershkovich foi formalmente acusado, ou quando o indiciamento ocorreu. A maioria dos suspeitos recebem um documento que descreve as acusações. 

No sistema legal russo, a apresentação de acusações e uma resposta do acusado compõem o início formal de uma investigação criminal, que leva a um longo e secreto processo judicial. 

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O jornalista americano de 31 anos foi preso pelas autoridades russas em Yekaterinburg, a quarta maior cidade da Rússia, no dia 29 de março. Gershkovich é o primeiro correspondente dos Estados Unidos a ser detido por espionagem desde a Guerra Fria. 

De acordo com o FSB, o repórter tentou obter informações secretas sobre uma fábrica de armas russas. O Wall Street Journal negou todas as acusações.

O caso causou uma revolta no cenário internacional, e diversos líderes americanos se manifestaram contra o indiciamento do jornalista. Em uma rara declaração bipartidária dos Estados Unidos, os dois principais líderes do Senado exigiram nesta sexta-feira que a Rússia libertasse Gershkovich imediatamente.

O líder da maioria no Senado, o democrata Chuck Schumer, e o líder da minoria no Senado, o republicano Mitch McConnell, declararam que a atividade jornalística “não é crime”. Eles aproveitaram para elogiar Gershkovich como um “jornalista independente conhecido e respeitado internacionalmente”.

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Nesta quinta-feira 6, o embaixador dos Estados Unidos na Rússia, Lynne Tracy, e o vice-ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Ryabkov, enfatizaram “a gravidade das acusações” contra Gershkovich, informou um comunicado do Ministério das Relações Exteriores da Rússia.

Porém, a declaração repetiu as afirmações russas anteriores de que o repórter “foi pego em flagrante enquanto tentava obter informações secretas, usando seu status jornalístico como cobertura para ações ilegais”.

De acordo com a editora-chefe do Wall Street Journal, Emma Tucker, os advogados que representam Gershkovich se encontraram com ele nesta terça-feira 4 pela primeira vez desde sua detenção. Tucker declarou que ele está bem de saúde e ficou “grato pelo apoio de todo o mundo”.

Enquanto as investigações ainda estão em andamento, Gershkovich foi condenado a ficar atrás das grades por dois meses na Rússia. Um tribunal de Moscou disse nesta segunda-feira 3 que recebeu um recurso da defesa contra sua prisão. O recurso será ouvido em 18 de abril, afirmaram agências de notícias russas.

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No dia 31 de março, o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, exigiu que o jornalista fosse solto imediatamente em uma declaração a repórteres na Casa Branca.

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