Itália ultrapassa um milhão de casos de Covid-19
Autoridades temem sobrecarga do sistema de saúde, como vivenciado no início da pandemia
A Itália superou nesta quarta-feira, 11, a marca de um milhão de casos registrados do novo coronavírus desde fevereiro, quando declarou emergência nacional, depois de somar 32.961 novas infecções nas últimas 24 horas. Os casos colocam ainda mais pressão sobre o sistema de saúde nacional, à medida que as autoridades temem um retorno ao estado crítico vivenciado no início da pandemia, que já deixou quase 43.000 mortos.
De acordo com a Agência de Serviços Regionais de Saúde (Agenas), 52% dos pacientes internados em hospitais do país estão infectados com o vírus, o que já supera o limiar “crítico”, estimado em 40%.
Dos 32.961 novos casos registrados, decorrentes de cerca de 225.000 testes de coronavírus em massa, o maior número está na Lombardia, epicentro da pandemia e que contabilizou 8.180.
Além do limiar para hospitais, a margem de 30% estabelecido por autoridades em unidades de tratamento intensivo também foi ultrapassada. No total, 37% dos leitos de terapia intensiva estão ocupados por pacientes com Covid-19.
Em um encontro com a imprensa estrangeira, o presidente da Federação Nacional de Médicos da Itália, Filippo Anelli, alertou nesta quarta-feira que, se a curva de contágios continuar subindo, serão necessárias novas medidas restritivas por parte do governo. Além disso, analisa, é preciso aumentar o número de anestesistas e outros especialistas para atender novos pacientes nos hospitais, o que disse ainda não ter acontecido.
Apesar disso, ele descartou que, por ora, o país esteja à beira de um confinamento rígido como visto mais cedo neste ano. Segundo Anelli, a diferença principal deve envolver fábricas e outras atividades produtivas, que provavelmente não serão fechadas desta vez.
No início do mês, o governo italiano decretou o confinamento em quatro regiões para conter o avanço da Covid-19. Entre as regiões atingidas estão Lombardia, Piamonte, Calabria e Vale de Aosta. Essas regiões foram isoladas, com a proibição da entrada e saída de pessoas.
A circulação dentro delas também foi restrita aos que precisam sair de casa para trabalhar, para realizar tratamentos de saúde ou em casos de emergência. Em todo o país, passou a vigorar toque de recolher entre 22h e 5h.
Além disso, negócios que não sejam essenciais, como bares, restaurantes, confeitarias e lojas, foram fechados. Já as escolas só permaneceram abertas para alunos a partir dos 11 anos de idade – os demais deverão ter aulas online.
O novo confinamento ocorre em meio aos piores níveis de contaminação desde o início da pandemia. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), a Europa vive uma “explosão” de novos casos.