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Israel planeja controlar 75% de Gaza em dois meses, afirma Exército

Israel também avança com plano de ajuda humanitária sem colaboração da ONU

Por Ernesto Neves 27 Maio 2025, 11h46

Israel anunciou uma nova fase de sua ofensiva militar na Faixa de Gaza, com o objetivo de tomar três quartos do território palestino até julho. A estratégia, segundo autoridades militares, busca desalojar o Hamas, forçando a população civil a se concentrar em apenas 25% da região.

Em paralelo à ação bélica, Tel Aviv deve lançar, já nesta terça-feira (27), um novo plano de distribuição de ajuda humanitária com respaldo dos Estados Unidos.

A operação prevê a construção de centros de entrega de suprimentos em áreas do sul e centro de Gaza, onde contratados americanos distribuirão pacotes a representantes das famílias palestinas a cada cinco dias.

O projeto, no entanto, tem sido duramente criticado por organizações humanitárias e pela ONU, que se recusaram a participar. Os grupos alegam que o plano exige que civis atravessem zonas de conflito para obter alimentos, além de violar princípios como neutralidade e independência, uma vez que toda a logística ficará sob supervisão israelense.

A polêmica levou à renúncia do CEO da Gaza Humanitarian Foundation, Jake Wood, responsável pela coordenação da entrega dos insumos. “Está evidente que é inviável executar essa iniciativa sem ferir os valores humanitários de humanidade, imparcialidade, independência e neutralidade”, declarou Wood em nota oficial.

Apesar da saída do executivo, a fundação afirmou que seguirá com a missão de entregar os mantimentos, e que pretende alcançar mais de um milhão de pessoas até o fim desta semana. A liberação parcial de ajuda ocorre após mais de dois meses de bloqueio total à entrada de alimentos, combustíveis e medicamentos na região, o que gerou escassez generalizada.

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Mudança de tática e desgaste interno

A nova ofensiva representa uma mudança importante na forma como Israel conduz a guerra em Gaza. Após o colapso de um cessar-fogo temporário em março, o governo passou a concentrar forças no território, reposicionando milhares de soldados para consolidar o controle terrestre.

Ao contrário das incursões rápidas do início do conflito — iniciadas após os ataques do Hamas em 7 de outubro de 2023 — a atual abordagem foca em ocupar áreas de forma duradoura.

O primeiro-ministro Benjamin Netanyahu declarou que o plano visa desarmar o grupo e forçar sua liderança a abandonar a Faixa de Gaza, além de pressioná-lo pela libertação dos reféns israelenses ainda em cativeiro.

A ofensiva avança mesmo diante de crescente pressão internacional para que o conflito seja encerrado e de sinais de fadiga dentro de Israel, onde setores da sociedade e parte do Exército reservista demonstram cansaço e frustração com a duração da guerra.

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Destruição crescente e futuro incerto para civis

Conforme avança sobre o território, o Exército israelense tem demolido estruturas que considera ligadas ao Hamas, ampliando a devastação em Gaza.

De acordo com fontes militares, aproximadamente 25% dos túneis construídos pelo grupo já foram destruídos. Ruas inteiras estão em ruínas, e milhares de residências foram danificadas ou completamente arrasadas.

Ainda não há informações claras sobre se — ou quando — os civis palestinos poderão retornar às áreas ocupadas por Israel. Autoridades locais esperam que, com o tempo, algumas zonas se tornem livres da presença de milicianos e possam ser consideradas “seguras”.

Enquanto isso, o número de mortos segue aumentando. Segundo o Ministério da Saúde de Gaza, mais de 53 mil palestinos foram mortos desde o início da guerra — incluindo crianças e mulheres — embora o órgão não informe quantos dos mortos eram combatentes.

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Imagens recentes mostram a destruição causada por ataques aéreos em Jabalia e Khan Younis, onde crianças feridas e prédios em escombros ilustram a tragédia humanitária em curso.

Disputa pela narrativa da ajuda

Para o governo israelense, impedir que o Hamas controle a ajuda humanitária é fundamental para minar sua autoridade entre os civis. As autoridades afirmam que o grupo se apropria de mantimentos enviados por ONGs, usa parte para sustentar seus combatentes e vende o restante à população, financiando suas atividades armadas.

Por outro lado, agências internacionais rebatem essa visão e defendem que o sistema humanitário tradicional é o método mais seguro e eficaz para levar comida e remédios à população.

Segundo elas, a militarização da assistência apenas aumenta os riscos para os civis e compromete os princípios que regem o trabalho humanitário.

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